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2° Caderno

- Publicada em 05 de Novembro de 2021 às 03:00

Presidente do Itaú projeto piora da inadimplência

A alta na taxa básica de juros deve provocar uma desaceleração no ritmo de concessão de crédito pelos grandes bancos, e um impacto negativo na inadimplência. A projeção é de Milton Maluhy Filho, presidente do Itaú Unibanco.

A alta na taxa básica de juros deve provocar uma desaceleração no ritmo de concessão de crédito pelos grandes bancos, e um impacto negativo na inadimplência. A projeção é de Milton Maluhy Filho, presidente do Itaú Unibanco.

Para ele, o ano de 2022 "inspira muito cuidado", em um ambiente de maior incerteza política e juros mais altos. "Quando olho para 2022, é um cenário em que a gente verá uma piora na inadimplência, é esperado que seja assim [devido aos juros mais altos], e estamos preparados para isso do ponto de vista do provisionamento no balanço", afirmou o executivo, durante teleconferência nesta quinta-feira (4) para comentar os resultados do terceiro trimestre. No período, o Itaú lucrou R$ 6,8 bilhões, uma alta de 34% na comparação anual.

Maluhy leva em consideração o atual cenário de aperto financeiro. As projeções dos analistas de mercado apontam para uma Selic, a taxa básica de juros, cada vez mais alta nos próximos meses para que o BC (Banco Central) possa trazer a inflação de volta para a meta.

O resultado da instituição já está alinhado com essa tendência. As despesas de provisão para créditos de liquidação duvidosa atingiram R$ 5,26 bilhões em setembro, uma queda de 12,8% na comparação com o mesmo período do ano passado, mas um aumento de 14,3% ante junho de 2021. Teve contribuição importante para o resultado do último trimestre do banco a evolução de 13,6% da carteira de crédito, que chegou a R$ 962,3 bilhões. O presidente do banco espera, contudo, por alguma acomodação. "Para o ano que vem, a expectativa é de uma carteira [de crédito] que cresça menos. Não é um cenário macro que inspira muito vontade de continuar crescendo, pelo menos no ritmo que a gente vem observando", afirmou Maluhy Filho. Ele prevê também um aumento no custo do crédito.

Apesar da previsão de aumento para a inadimplência, o presidente do Itaú afirmou que não espera que os níveis retomarão àqueles observados durante a pandemia. No primeiro trimestre de 2020, a inadimplência de 90 dias no banco alcançou 3,1%. Em setembro de 2021, a taxa de atrasos foi de 2,6%. Na avaliação de Maluhy Filho, no ambiente de menor crescimento, com inflação e juros altos nos próximos meses, os clientes de varejo tendem a ser os mais afetados.

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