O ministro das Rela��es Exteriores do Brasil, Aloysio Nunes Ferreira, defendeu ontem a suspens�o da Venezuela da Organiza��o dos Estados Americanos (OEA), caso o governo de Nicol�s Maduro continue a violar os preceitos da Carta Democr�tica Interamericana. Ferreira ressaltou que a press�o internacional � insuficiente para solucionar a crise venezuelana, o que s� poder� ser alcan�ado por meio da mobiliza��o dos venezuelanos e da organiza��o da oposi��o.

O ministro brasileiro disse que a Venezuela subscreveu a Carta livremente e est� sujeita a seus princ�pios. "Isso n�o pode ficar letra morta. Na medida em que a Venezuela descumpre esse compromisso, que � fundamental, n�o h� alternativa a n�o ser a suspens�o", declarou em Washington, onde participa da assembleia geral da OEA. A crise pol�tica e humanit�ria no pa�s � o principal tema de debate do encontro.

A expectativa � de que os chanceleres aprovem uma resolu��o exigindo o retorno da democracia na Venezuela, a liberta��o de todos os presos pol�ticos, o respeito � divis�o entre os poderes e a permiss�o de entrada de ajuda humanit�ria no pa�s. Fontes diplom�ticas da OEA interpretaram a decis�o do governo de libertar 79 presos pol�ticos como uma tentativa de Maduro de amenizar a press�o sobre seu governo e reduzir o apoio � proposta de resolu��o que exige o restabelecimento da democracia. Para ser aprovado, o projeto precisa de 18 dos 34 votos da organiza��o.

Em fevereiro, a OEA condenou a antecipa��o das elei��es presidenciais na Venezuela com 19 votos. Foi uma das primeiras derrotas do regime na organiza��o, que conta com o apoio de grande parte dos pa�ses do Caribe, gra�as � entrega de petr�leo a pre�os subsidiados.

O comportamento de Caracas, por�m, indicou que h� uma eros�o do suporte a Maduro. O representante do pa�s se op�s � inclus�o do debate na pauta da assembleia geral, mas n�o pediu que houvesse vota��o. Com isso, o tema foi aprovado por aclama��o.

O governo dos EUA tamb�m se manifestou. O secret�rio de Estado Mike Pompeo disse que a Venezuela est� em um processo de "desmantelamento em grande escala" da democracia. Em suas declara��es, condenou novamente a elei��o do m�s passado, na qual Maduro voltou ao poder, qualificando-a como uma "farsa".