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Consumo

- Publicada em 05 de Junho de 2018 às 18:15

Número de famílias endividadas cai em maio

Brasileiros estão mais cautelosos ao fazer compras ou contratar empréstimos em bancos e financeiras

Brasileiros estão mais cautelosos ao fazer compras ou contratar empréstimos em bancos e financeiras


FÁBIO RODRIGUES POZZEBOM/FABIO RODRIGUES POZZEBOM/ABR/JC
O percentual de famílias com dívidas alcançou 59,1% em maio, ante 60,2% em abril, mostrou a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada ontem pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A inadimplência também caiu, já que a proporção das famílias com dívidas ou contas em atraso passou de 25% em maio para 24,2% em abril.
O percentual de famílias com dívidas alcançou 59,1% em maio, ante 60,2% em abril, mostrou a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada ontem pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A inadimplência também caiu, já que a proporção das famílias com dívidas ou contas em atraso passou de 25% em maio para 24,2% em abril.
Os indicadores registraram queda também em relação a 2017. O percentual de famílias com dívidas caiu 1,6 ponto percentual ante maio do ano passado. Já a proporção das famílias com dívidas ou contas em atraso recuou 1,3 ponto percentual.
Além disso, a proporção de famílias que declararam não ter condições de pagar as suas contas ou dívidas em atraso - e que, portanto, tendem a permanecer inadimplentes - passou de 10,3% em abril para 9,9% em maio de 2018, apresentando queda também em relação aos 10,1% verificados em maio do ano passado.
"A redução do endividamento observada nos últimos meses reflete um ritmo menor de recuperação do consumo das famílias e uma maior cautela na contratação de novos empréstimos e financiamentos", diz a economista da CNC Marianne Hanson.
A proporção das famílias que se declararam muito endividadas diminuiu em relação a abril, passando de 14,2% para 13,4% do total de entrevistadas. Na comparação anual, também houve queda de 0,9 ponto percentual. Segundo a CNC, o resultado de maio de 2018 é o menor patamar para o endividamento excessivo desde novembro de 2015.
Em média, o comprometimento com as dívidas foi de 7,1 meses, sendo que 32,5% das famílias possuem dívidas por mais de um ano. Entre aquelas endividadas, 19,5% afirmam ter mais da metade da sua renda mensal comprometida com o pagamento de dívidas. Segundo a CNC, o tempo médio de atraso para o pagamento de dívidas foi de 64,4 dias em maio, acima dos 62,6 de maio de 2017.
A Peic é apurada mensalmente pela CNC desde janeiro de 2010, com dados coletados em todas as capitais e no Distrito Federal, com cerca de 18 mil consumidores. São notadas todas as modalidades de crédito para considerar o consumidor endividado.
O cartão de crédito continua sendo o principal tipo de dívida entre os brasileiros, apontado por 75,7% das famílias entrevistadas. Em seguida, vêm os carnês (16,3%) e, em terceiro lugar, o financiamento de carro (11,1%).

Empréstimo de nome é responsável por 17% dos casos de inadimplência, mostra pesquisa

Um levantamento feito em todas as capitais pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostra que o empréstimo de nome a terceiros é uma das causas que levam os brasileiros à inadimplência. Em cada 10 pessoas que estão ou estiveram com o nome inscrito em cadastros de devedores nos últimos 12 meses, duas (17%) chegaram a essa situação porque emprestaram seus documentos ou cartões para que outra pessoa fizesse compras a prazo.
A maioria das pessoas alega que emprestou o nome com o intuito de ajudar (51%) um amigo ou familiar, enquanto 13% ficaram com vergonha de dizer não diante do pedido. Outros 11% disseram ter ficado receosos de magoar quem pediu o nome emprestado, caso tivessem de negar o auxílio.
"Emprestar o nome para amigos ou conhecidos é uma atitude solidária, mas que pode causar danos à saúde financeira de quem arca com a dívida. Quem emprestou o nome termina se responsabilizando por uma dívida que não lhe pertence, cuja falta de pagamento possui desdobramentos sérios, como restrição ao crédito, inadimplência e até mesmo a perda da amizade de quem pediu ajuda", alerta a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
A maior parte dos pedidos de nome emprestado surge de pessoas próximas do círculo social. Em primeiro lugar estão os amigos, com 26% de citações, seguidos dos parentes (21%) e dos irmãos (16%). Completam o ranking os pais (11%), namorados (9%), filhos (9%), cônjuges (8%) e até mesmo colegas de trabalho (8%).
Quase um quarto (23%) dos entrevistados revela que emprestou o nome sem saber ao menos o valor da compra que seria feita. Em outros 28% dos casos, havia sido combinado um valor, mas a pessoa gastou mais do que o acordado.
A forma mais comum de emprestar o nome foi por meio do cartão de crédito, opção citada por 52% das pessoas que passaram por essa situação. O cartão de loja ficou em segundo lugar, com 23% de menções - percentual que sobe para 28% entre as pessoas das classes C/D/E e 30% entre as mulheres. Também foram relatados casos de uso de financiamento (20%), crediário (19%) e talão de cheque (12%) de terceiros. "O cartão de crédito é uma das modalidades que cobram os juros mais elevados no mercado. Isso torna o hábito ainda mais perigoso, porque, em caso de atraso no pagamento, a dívida inicial pode crescer de forma considerável", explica o educador financeiro do portal Meu Bolso Feliz, José Vignoli.