Embora o cart�o de cr�dito seja a modalidade de cr�dito mais popular entre os brasileiros, ele vem se tornando um problema para muitos consumidores. Pesquisa do Servi�o de Prote��o ao Cr�dito (SPC Brasil) e da Confedera��o Nacional de Diretores Lojistas (CNDL) aponta que um em cada cinco usu�rios de cart�o de cr�dito (20%) utilizam o meio de pagamento como extens�o da pr�pria renda. Eles recorrem a esse tipo de cr�dito para continuar comprando quando o sal�rio do m�s acaba e, assim, adiar o pagamento.

Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, o grande perigo de achar que o cart�o de cr�dito funciona como renda complementar � o endividamento, porque muitos perdem controle dos gastos e compram al�m do que conseguem pagar quando a fatura chega. "� preciso cuidado. Se o dinheiro que o consumidor disp�e j� n�o est� sendo suficiente para cobrir os atuais gastos, certamente n�o ser� o bastante para pagar as despesas do m�s seguinte, quando ter� de arcar com a fatura do cart�o de cr�dito e tamb�m quitar as contas do m�s", alerta a economista.

Por outro lado, 44% dos entrevistados que utilizam o cart�o afirmaram us�-lo apenas em casos de necessidades pontuais ou imprevistos, ao passo que 38% o fazem para parcelar as compras e 34% para facilitar o pagamento na internet.

O estudo mostra tamb�m que o uso do cart�o de cr�dito j� est� difundido no Brasil. Nos �ltimos 12 meses, 67% das pessoas realizaram alguma compra utilizando esse meio de pagamento e 68% o fazem pelo menos uma vez por m�s.

Para aqueles que n�o utilizaram cart�o de cr�dito nos �ltimos 12 meses (30%), o principal motivo deve-se ao fato de estar com o nome sujo e n�o conseguir solicitar um cart�o (30%). Outros preferem o pagamento � vista, seja para ganhar desconto (20%) ou porque preferem esta forma de pagamento, mesmo sem desconto (19%). Quase a metade (48%) dos entrevistados que usaram o cart�o nos �ltimos 12 meses j� ficou com o nome sujo devido � inadimpl�ncia no pagamento, sendo que 30% indicaram ter regularizado a situa��o e 18% ainda permanecem negativados. Cerca de um ter�o (33%) j� teve o cart�o bloqueado pelo atraso no pagamento da fatura.

Em vigor desde abril de 2017, as novas regras do rotativo do cart�o ainda s�o vistas com cautela. Dentre os consumidores que j� pagaram o m�nimo da fatura alguma vez e conhecem a nova regra do rotativo (80%), quase um ter�o (28%) n�o considera as novas regras favor�veis. Para eles, os juros continuam abusivos e o valor da d�vida permanece alto (10%).