Sob o argumento de minimizar os prejuízos ao Rio Grande do Sul com a greve dos caminhoneiros, Federasul e Associação Gaúcha para o Desenvolvimento do Varejo (AGV) enviaram uma carta ao governador José Ivo Sartori propondo algumas medidas que podem ser tomadas. Uma delas é a prorrogação do prazo de vencimento de todos os tributos estaduais por 12 dias, principalmente o ICMS, o ICMS devido por substituição tributária e o Diferencial de Alíquotas do ICMS, pois as empresas sofreram graves perdas no fluxo de caixa de seus negócios
A presidente da Federasul, Simone Leite, alerta que outra preocupação do setor empresarial é quanto às notas fiscais em trânsito. A dirigente explica que muitas mercadorias saíram das companhias, chegaram nos depósitos, mas não deixaram esses locais para seguirem até o destino final. Sendo assim, é preciso dilatar o prazo das notas fiscais dessas mercadorias. Também foi pedido a Sartori que o governo do Estado interceda junto ao federal para que o pagamento do simples nacional seja prorrogado pelo mesmo período do ICMS, para garantir a saúde financeira das empresas.
Simone ressalta que principalmente os prestadores de serviços e o comércio sofreram prejuízos com a greve dos caminhoneiros. "Uma venda que não é feita, muitas vezes não vai ser feita no dia seguinte, o mesmo acontece com um almoço que deixou de ser servido", argumenta a dirigente. Já na indústria, reforça a empresária, o impacto consiste nas várias horas de produção interrompida.
Porém, Simone diz que é possível observar a retomada. "O final de semana serviu para as pessoas colocarem combustível em seus carros, para abastecer as empresas e recomeçar a partir desta segunda-feira", afirma. O presidente da AGV, Ricardo Diedrich, concorda que a greve foi muito prejudicial para as vendas do comércio. "Foram dias com as pessoas paradas, sem motivação para consumir", enfatiza o dirigente. Diedrich acredita que a partir desta semana a situação para o varejo começará a entrar na normalidade. Contudo, o presidente da AGV alerta que as perdas causadas com os reflexos da paralisação dos caminhoneiros são irrecuperáveis e o importante é pensar no futuro. Diedrich projeta que o Dia dos Namorados servirá como uma alavanca para acelerar a recuperação.