O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares se entregou nesta quinta-feira, na sede da Polícia Federal em São Paulo. Ele vai cumprir mandado de prisão expedido pela Lava Jato em Curitiba após o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) negar os últimos recursos do petista e determinar a execução provisória da pena.
O ex-tesoureiro foi condenado pelo juiz Sérgio Moro sob acusação de lavagem de dinheiro por ter solicitado, segundo o Ministério Público Federal, um empréstimo fraudulento de R$ 12 milhões em favor do PT, em 2004. O financiamento solicitado por Delúbio foi obtido no banco Schahin pelo pecuarista José Carlos Bumlai; e parte dos recursos - R$ 6 milhões - foi repassada ao empresário Ronan Maria Pinto, dono do jornal Diário do Grande ABC.
Os investigadores do caso suspeitam que o motivo da extorsão tenha sido a compra do silêncio sobre o caso Celso Daniel, então prefeito petista de Santo André (SP), assassinado em 2002. A suspeita, no entanto, não foi esclarecida nem constitui objeto da denúncia.
Em março deste ano, o tribunal aumentou a pena de Delúbio de cinco para seis anos de prisão, por lavagem de dinheiro. Na quarta-feira, os juízes da 8ª Turma entenderam que não cabiam embargos de declaração da decisão.
Também foram condenados nesta ação o economista Luiz Carlos Casante e os empresários Ronan Maria Pinto, Natalino Bertin e Enivaldo Quadrado. Em nota, a defesa de Delúbio reafirmou que ele nunca pediu qualquer empréstimo ao banco Schain em nome do PT ou qualquer pessoa.