Em discurso realizado na noite de quarta-feira, na tribuna do Senado, o senador Roberto Requião (MDB-PR) lançou sua pré-candidatura à presidência da República. Ele disse que apresentará sua candidatura na próxima convenção do partido, com um programa nacionalista, democrático e popular.
"Pela undécima vez, vou à convenção nacional do MDB defender candidatura própria nas eleições de 2018. E vou apresentar o meu nome ao partido", afirmou Requião, após discurso em que afirmou sempre ter defendido que o MDB fosse protagonista em eleições majoritárias.
Crítico do governo do presidente Michel Temer (MDB), o senador paranaense fez críticas à condução econômica e ao programa Ponte para o Futuro. "Todas as propostas contidas na Ponte para o Futuro - como a reforma trabalhista, a inacreditável emenda constitucional que congelou os gastos públicos por 20 anos, a política de desinvestimento da Petrobras, a política de austeridade fiscal, que leva à contenção dos investimentos públicos na saúde, educação, segurança, infraestrutura, habitação, saneamento, agricultura, pesquisas e inovação - estão levando o Brasil, a galope, para o buraco", afirmou.
No discurso, Roberto Requião criticou também a política de preços dos combustíveis, que provocou paralisações de caminhoneiros em todo o País: "É uma situação de terror provocada pela política econômica nefasta deste governo dirigida aos combustíveis, orquestrada por Pedro Parente, presidente da Petrobras, ex-ministro de Fernando Henrique Cardoso (PSDB); e também pelo ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles (MDB), que Temer teve a audácia de lançar como candidato à sua sucessão", afirmou.
"O Brasil precisa do MDB, e o MDB histórico, nacionalista, democrático e popular não pode faltar ao Brasil. Coloco meu nome à disposição do partido e preciso só saber se ainda existem, resistem e permanecem dentro do partido os militantes de ideais concretos como os que me levaram a ingressar na política e a me filiar primeira e unicamente ao velho MDB de guerra", falou ao final do discurso.
Em entrevista ao Jornal do Comércio, em abril deste ano, Requião já havia feito críticas à possível candidatura de Henrique Meirelles à presidência. Na época, afirmou que o então ministro da Fazenda "tem muita rejeição dentro do próprio partido" e que "teria menos votos que o Temer".