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Política

- Publicada em 24 de Maio de 2018 às 10:38

Justiça condena empresário a 51 anos de prisão na 'Lava Jato' espanhola

A Justiça espanhola condenou o empresário Francisco Correa a 51 anos de prisão dentro das investigações do chamado Caso Gürtel, o mais extenso da história moderna do país. A trama, comparada àquela investigada no Brasil pela Lava Jato, castiga em especial a sigla governista Partido Popular, de centro-direita, já afetada por outros escândalos, e com uma progressiva perda de apoio eleitoral.
A Justiça espanhola condenou o empresário Francisco Correa a 51 anos de prisão dentro das investigações do chamado Caso Gürtel, o mais extenso da história moderna do país. A trama, comparada àquela investigada no Brasil pela Lava Jato, castiga em especial a sigla governista Partido Popular, de centro-direita, já afetada por outros escândalos, e com uma progressiva perda de apoio eleitoral.
Dos 37 acusados, 29 foram condenados a um total de 351 anos. Os crimes analisados foram realizados na primeira fase da trama, de 1999 a 2005. Segundo a corte, são delitos que incluem fraude, falsificação de documentos, mal uso de verbas e tráfico de influência."
Empresas escolhidas com o apoio de funcionários públicos gozavam de um trato arbitrário na contratação pública, com a finalidade de obtenção ilícita de importantes benefícios às custas dos cofres públicos", disse o tribunal. "Recebiam as quantias em espécie mas também em serviços e presentes, como eventos, viagens e festas. Em outros casos, beneficiaram-se os familiares."
Correa é considerado o líder da rede, que negociava contratos públicos. Tão central foi seu papel no esquema que os investigadores traduziram seu sobrenome para o alemão e batizaram as operações com ele: Gürtel, ou Correa.
A condenação desta quinta-feira (24), no entanto, refere-se apenas a uma parcela das acusações. O próprio empresário já havia sido condenado a 13 anos por um caso paralelo dentro da trama Gürtel. Há outros processos à espera de julgamento, e o caso em si já é investigado há dez anos na Espanha.
O tribunal também condenou Luis Bárcenas, ex-tesoureiro do Partido Popular que igualmente deu nome a um escândalo de financiamento ilegal, a 33 anos de prisão e uma multa de 44 milhões de euros --ele sonegou impostos e cobrou comissões em contratos públicos, segundo a corte. O caso de Bárcenas é delicado devido a sua proximidade com o premiê espanhol, o conservador Mariano Rajoy.
A sentença considerou que o próprio Partido Popular se beneficiou diretamente da trama como pessoa jurídica, e terá de pagar 245 mil euros. É uma má notícia para a sigla, que tem visto seu apoio popular minguar diante do centrista Cidadãos, liderado por Albert Rivera. Sondagens já começam a sugerir que os conservadores perderiam as eleições caso fossem feitas agora.
O Partido Popular, ademais, acaba de passar por outro escândalo, com a obtenção irregular de mestrado por parte da governadora da comunidade de Madri (uma espécie de Estado), Cristina Cifuentes, que renunciou ao cargo --ela foi recentemente filmada, ainda, em um suposto furto de cremes de beleza.
Agência Folhapress
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