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Política

- Publicada em 09 de Maio de 2018 às 22:43

MP apura desvio de R$ 1,7 milhão da Carris por ex-funcionário

Ex-funcionário usava documentos falsos em nome de pessoas falecidas

Ex-funcionário usava documentos falsos em nome de pessoas falecidas


MPRS/DIVULGAÇÃO/JC
A Companhia Carris Porto-Alegrense foi alvo de operação do Ministério Público (MP), na manhã de ontem, que investiga o desvio de mais de R$ 1,7 milhão. Com apoio da Brigada Militar, a ação cumpriu mandados de busca e apreensão, e de sequestro de bens contra um ex-funcionário suspeito de ter cometido o crime.
A Companhia Carris Porto-Alegrense foi alvo de operação do Ministério Público (MP), na manhã de ontem, que investiga o desvio de mais de R$ 1,7 milhão. Com apoio da Brigada Militar, a ação cumpriu mandados de busca e apreensão, e de sequestro de bens contra um ex-funcionário suspeito de ter cometido o crime.
De acordo com o MP, ainda em 1996, um ex-funcionário da Carris fez uma carteira de identidade falsa em Santa Catarina em nome de uma criança que havia falecido em 1961.
Com essa documentação, além de comprar automóveis e abrir contas em bancos, ele figurou como acidentado e beneficiário direto de indenização paga pela Carris, ocasião em que recebeu diretamente mais de R$ 365 mil. As investigações também dão conta que mais de R$ 100 mil foram aplicados apenas em joias.
Depois, o falsário passou à condição de advogado – com número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de uma pessoa já falecida – de diversas ações indenizatórias em nome de vítimas por ele inventadas. Os cheques de pagamento das indenizações das ações artificiais foram endossados para ele.
Conforme as investigações, coordenadas pelo promotor de Justiça Flávio Duarte, a fraude ocorreu entre agosto de 2015 e janeiro de 2017. A investigação foi instaurada a partir do recebimento de notícia-crime apresentada pela atual administração da Carris sobre os desvios, relativos a pagamentos de acordos e condenações judiciais fictícios, com a utilização de documentos falsos.
Em uma das falsas ações, o suposto beneficiário havia morrido 12 anos antes de ocorrer o acidente que gerou a indenização. Em outro caso, foi forjado um documento como sendo oriundo do Tribunal de Justiça do Estado, com logotipo, número de processo e nome falsos.
Os valores recebidos com as indenizações foram utilizados ainda em doações para campanhas eleitorais em nome da pessoa falecida em 1961 e por intermédio de terceiros. O MP investiga a participação de outras pessoas que integravam a administração da Carris na época.
Em evento na manhã de ontem, o prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) comentou a investigação, dizendo que “a orientação da prefeitura foi sempre todas as questões administrativas serem tratadas com rigor, abertas sindicâncias, e o que tem a ver com competências de polícia ou MP são encaminhadas imediatamente”.
Desde a campanha eleitoral, em 2016, Marchezan levanta a possibilidade de privatização da Carris, ancorado no argumento do déficit financeiro – R$ 60 milhões em 2017 – e que anualmente conta com aporte de recursos públicos. Neste ano, o discurso mudou, e o prefeito chegou a afirmar que, sem empresas privadas interessadas na compra da companhia, ela pode ser extinta.
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