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Política

- Publicada em 03 de Maio de 2018 às 22:53

Partidos unificam debate de agenda para o Rio Grande do Sul

Busnello (e) conduziu primeiro painel e sustenta que planejamento aconteça no período pré-eleitoral

Busnello (e) conduziu primeiro painel e sustenta que planejamento aconteça no período pré-eleitoral


/MARIANA CARLESSO/JC
Bruna Suptitz
A concepção de que o setor público fortalecido é necessário para o funcionamento do setor privado - e, como consequência, para promover o desenvolvimento - foi o tom das palestras que marcaram o lançamento do Movimento Rumos, na noite desta quinta-feira, em Porto Alegre.
A concepção de que o setor público fortalecido é necessário para o funcionamento do setor privado - e, como consequência, para promover o desenvolvimento - foi o tom das palestras que marcaram o lançamento do Movimento Rumos, na noite desta quinta-feira, em Porto Alegre.
Organizado por fundações ligadas a quatro partidos políticos - PSDB, PTB, PPS e Podemos - a proposta do movimento é elaborar uma agenda que vá além da apresentação de uma proposta para a recuperação econômica do Rio Grande do Sul. A ideia, segundo os organizadores, é que o debate seja disseminado entre a sociedade e os próprios políticos.
"Esse momento pré-eleitoral é estratégico de alinhamento de projeto para o futuro do Estado, para que, eleito o governo, seja qual for, os partidos já estejam bem inseridos nesse debate", explica o ex-prefeito de Pelotas e pré-candidato ao governo pelo PSDB, Eduardo Leite, um dos organizadores do evento.
Embora o tucano busque apoio das siglas que participam do movimento - além dos citados, PR, SDD, PRB, PSC e PSB apoiam a iniciativa -, Leite defende que esse debate aconteça paralelamente à articulação política.
"Isso pode acontecer independente de os partidos estarem juntos ou não numa mesma candidatura. É o mesmo campo político, então ao invés de replicarmos discussões internas de cada partido, resolvemos criar um movimento em que se discute conjuntamente um plano", sustenta Leite. Essa articulação, além de reuniões que realiza em cidades do Interior, fazem parte da agenda do pré-candidato com foco no Piratini.
No primeiro painel de debates proposto pelo movimento, o economista e ex-secretário estadual da Fazenda do governo de Yeda Crusius (PSDB, 2007-2010), Aod Cunha (PSDB), defendeu uma visão unificada da atuação entre governos e a iniciativa privada. "Não há lugar no mundo em que o setor privado funcione bem se o setor público não funciona", disse. Isso passa, na sua visão, pela melhoria da infraestrutura, por exemplo, para a atração de investimentos, mas principalmente pela qualificação da mão de obra por meio da educação.
Contudo, essa necessidade encontra obstáculo na perspectiva de futuro que o Estado oferece às gerações mais jovens - quem alerta é o superintendente de inovação e desenvolvimento da Pontifícia Universidade Católica (Pucrs), Jorge Audy. "De uma forma muito complexa, desenvolvemos na juventude, que nasceu neste século, não enxergar uma visão de futuro construída pela sociedade gaúcha e por nossas lideranças das últimas décadas", analisa.
Defendendo que a inovação é uma agenda de consenso em todas as frentes políticas, Audy acredita que a visão de futuro necessária ao Estado é de uma que pense em como dialogar com a parcela mais jovem da sociedade, que está "carente de visão de futuro. Precisamos fazer antes que eles não estejam mais aqui para ajudar a desenvolver (esse projeto)".
Para isso, a discussão deve avançar para além dos quatro anos de uma gestão de governo. A opinião é consenso entre os painelistas do evento, e sustentada na fala do professor e ex-secretário da Justiça e do Desenvolvimento Social do governo Yeda, Fernando Schüler: "com a mudança (de governo) que o Estado tem, ficamos sempre no meio do caminho".
Schüler criticou a falta de continuidade em projetos, como por exemplo o da construção de um presídio em Canoas, em parceria com a iniciativa privada, pensado durante sua gestão à frente da secretaria e que "foi parar na gaveta por razões políticas".
"Precisamos de lideranças políticas que consigam passar por cima disso, falar com a sociedade. São necessárias muitas pequenas decisões. Todas têm desgaste, ferem interesse, nenhuma resolve o problema sozinha, mas em conjunto é a saída", sustentou.
O painel, que foi mediado por Humberto Busnello, presidente da Agenda 2020, trabalha com projetos técnicos, pensados para o Estado e focado em necessidades de longo prazo. "Precisamos de um bom planejamento e a época de fazer isso é agora, não dá para chegar lá (no governo) sem saber o que fazer", disse Busnello.
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