A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, denunciou, nesta segunda-feira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), condenado e preso na Lava Jato, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e os ex-ministros Antonio Palocci e Paulo Bernardo, por corrupção passiva, e o empresário Marcelo Odebrecht por corrupção ativa. A denúncia foi apresentada no âmbito da delação da Odebrecht e encaminhada ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).
A nova denúncia trata das suspeitas de que a construtora Odebrecht fez repasses ao PT em troca de decisões políticas para beneficiar a empresa. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o PT teria à disposição US$ 40 milhões, em uma conta mantida pela Odebrecht, para cobrir despesas indicadas pelos petistas, como a campanha de Gleisi - atual presidente nacional do partido - ao governo do Paraná em 2014. A senadora também foi denunciada por lavagem de dinheiro.
Em nota, Gleisi afirmou que a PGR atua de "maneira irresponsável" ao formalizar denúncia contra ela e Bernardo "sem provas, a partir de delações negociadas com criminosos em troca de benefícios penais e financeiros". As defesas de Lula e de Palocci não se manifestaram. A defesa de Odebrecht reafirmou "seu compromisso contínuo no esclarecimento dos fatos".