O presidente da It�lia, Sergio Mattarella, indicou, na segunda-feira, Carlo Cottarelli, ex-dirigente do FMI, como premi� provis�rio. O economista substituir� Giuseppe Conte, jurista e professor universit�rio indicado na semana passada, que renunciou ap�s uma tentativa frustrada de liderar uma coaliz�o entre o partido populista Movimento 5 Estrelas (M5S) e a Liga, de extrema direita.
Cottarelli, de perfil tecnocrata, deve ficar no poder s� at� a realiza��o de novas elei��es. Sua nomea��o agravou a crise pol�tica iniciada com as elei��es legislativas de mar�o. Desde ent�o, os partidos se sucedem na tentativa de formar uma maioria estreita no Parlamento, sem sucesso.
A decis�o de Conte de nomear para o cargo de ministro da Economia o euroc�tico Paolo Savona, cr�tico contumaz da moeda �nica europeia e da Alemanha, levou Mattarella a usar seus poderes constitucionais para vetar o novo governo. Desautorizado em uma decis�o in�dita por parte de um chefe de Estado, Conte renunciou sem se submeter ao voto de confian�a do Parlamento italiano.
O presidente alegou, ainda, que o plano de coaliz�o entre M5S e Liga era infundado e n�o trazia estimativas realistas de financiamento. Economistas previam que as medidas a serem adotadas por Conte - como corte de impostos, cria��o de uma renda m�nima de � 780 e redu��o da idade m�nima de aposentadoria - criariam um buraco no or�amento avaliado entre � 100 bilh�es e � 150 bilh�es por ano. Isso agravaria a situa��o do pa�s, que j� tem a segunda maior d�vida da Uni�o Europeia (UE), atr�s apenas da Gr�cia, com 132% do PIB.
O veto de Mattarella foi criticado pelos dois partidos que liderariam a coaliz�o, j� que Cottarelli dever� formar um "governo t�cnico", sem nomea��es ligadas a partidos pol�ticos e, portanto, distante do plano de governo que M5S e Liga vinham preparando. Pesquisas de opini�o mostraram que 60% dos italianos n�o aprovaram a atitude do presidente.