Mais de 1,4 milhão de pessoas (66%) votou pela legalização do aborto, na consulta popular realizada na sexta-feira na República da Irlanda. O resultado é uma vitória histórica para os direitos das mulheres em um país tradicionalmente católico.
O texto atual está em vigor desde 1983 e não permite interrupção da gravidez nem em casos de estupro. O governo deve reformular a lei para permitir o aborto nos três primeiros meses da gestação.
O primeiro-ministro Leo Varadkar chamou o resultado de "revolução silenciosa" e disse que a aprovação do referendo é histórica para a Irlanda e um grande ato de democracia. "A dor dos maus-tratos causados às mulheres irlandesas por décadas não pode ser desfeita. No entanto, hoje, garantimos que elas não precisem mais passar por isso", disse Varadkar.
A população foi questionada sobre a manutenção ou a extinção da emenda constitucional aprovada em referendo de 35 anos atrás, que proibiu a interrupção da gravidez em qualquer hipótese. Em 2014, parte da proibição foi retirada para permitir o aborto somente em casos de risco à vida da gestante.
A ministra da Infância e Juventude, Katherine Zappone, disse estar confiante de que a nova legislação possa ser aprovada pelo parlamento e implementada antes do final do ano.