O presidente Vladimir Putin inaugurou ontem uma bilion�ria ponte de 19 quil�metros ligando a pen�nsula da Crimeia ao territ�rio continental russo, selando a uni�o com a regi�o que reabsorveu da Ucr�nia em 2014. "Quero agradecer ao talento de voc�s por esse milagre", disse o presidente a trabalhadores ap�s dirigir um caminh�o laranja da marca russa Kamazpor por toda a extens�o da ponte da Crimeia, sobre o estreito de Kerch.

A estrutura, j� apelidada de ponte Putin, vai permitir uma liga��o entre a prov�ncia de Krasnodar, no Sul da R�ssia, e a isolada pen�nsula, que s� tem fronteira por terra com a Ucr�nia - que a reclama como seu territ�rio. A ponte tem faixas vi�rias e tamb�m para trens, que s� ser�o abertas no fim do ano.

Quando estiver totalmente operacional, em 2019, ter� capacidade para o transporte de 14 milh�es de pessoas e 13 milh�es de toneladas de produtos de lado a lado. Tal tr�fego, por�m, n�o � esperado: moram na Crimeia 2,3 milh�es de pessoas, hoje abastecidas por meio de navios que cruzam o Mar de Azov e avi�es que pousam em Simferopol.

A import�ncia da constru��o vai al�m da infraestrutura vi�ria e avan�a no campo do simbolismo. A Crimeia, territ�rio historicamente russo, foi cedida � ent�o rep�blica sovi�tica da Ucr�nia em 1954 pelo governo de Nikita Krushchov, que quis fazer um agrado � sua terra natal. Ap�s o fim da Guerra Fria, a R�ssia viu a Ucr�nia aproximar-se do Ocidente e namorar uma ades�o � Otan, a alian�a militar liderada pelos EUA. Geopoliticamente, isso � impens�vel em Moscou.

Em 2014, com apoio ocidental, um golpe derrubou o governo pr�-Kremlin em Kiev. Moscou acabou por infiltrar militares e mercen�rios na Crimeia. Foi feito um plebiscito e, dada a maioria russa �tnica da regi�o, a secess�o foi aprovada.