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Not�cia da edi��o impressa de 28/05/2018. Alterada em 27/05 �s 21h53min

Met�stase atinge 30% das mulheres com c�ncer de mama

Suzy Scarton, de S�o Paulo
Medo, tristeza, sensação de impotência, insegurança. Essas foram as palavras escolhidas por mulheres com câncer de mama e por seus familiares para descrever o sentimento ao receber a notícia de que a doença, da qual muitas já se consideravam curadas, havia se espalhado para outros órgãos. O câncer de mama metastático atinge 30% das mulheres que são diagnosticadas com a neoplasia. No Brasil, esse tipo de tumor é o mais frequente entre mulheres, com 60 mil novos diagnósticos por ano, dos quais 14 mil acabam em óbito, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Porto Alegre - a capital com os índices mais altos - registra 127 casos de câncer de mama por mil mulheres a cada ano.
A noção, amplamente difundida, é de que, quando a doença evolui para metástase, a morte será uma questão de tempo. No entanto, no caso do câncer de mama metastático, os avanços da medicina fizeram com que essa sobrevida fosse estendida. "Recentemente, uma paciente e eu comemoramos bodas de prata. São 25 anos de tratamento de câncer de mama metastático", contou o presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica e médico do Centro Paulista de Oncologia e do Hospital Israelita Albert Einstein, Sérgio Simon.
Para avaliar o impacto do diagnóstico nas mulheres e nos familiares delas, a empresa farmacêutica Pfizer encomendou uma pesquisa, realizada pelo instituto Provokers com a consultoria de Simon, intitulada "Câncer de mama metastático: a voz das pacientes e da família". Os dados foram apresentados na semana passada, em São Paulo. O levantamento envolveu 170 pacientes e 240 familiares de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Fortaleza, Belém, Curitiba e Porto Alegre. As pacientes com câncer de mama metastático, que se espalhou para o pulmão, para os ossos, para o fígado ou para o cérebro, possuem entre 18 e 65 anos, pertencem às classes sociais A, B e C e passam por atendimento público ou privado.
Os resultados mostram que o sofrimento relatado por quem recebe o diagnóstico - 72% - é estendido a familiares - 88% -, geralmente maridos ou filhos. "Quando recebo uma paciente com câncer, preciso fazer um diagnóstico não só dela, mas também do ambiente familiar em que está inserida. O bem-estar da família deve ser incorporado no manejo do adoecimento crônico", descreveu a psicóloga do Hospital Sírio-Libanês Paula Kioroglo.
Mesmo assim, os familiares representam a principal fonte de apoio. Em 29% dos casos, o parceiro ou a parceira foi quem desempenhou esse papel; em 28%, foram os filhos; e em 19%, a mãe. Irmãos, amigos e ex-maridos também apareceram nos relatos.
Além de suporte, o núcleo familiar se torna uma motivação para a maioria das pacientes, que querem viver para continuar cuidando da família (92%) e ser fortes para dar apoio à família (89%).

Comercializa��o de novo medicamento come�a em junho no Brasil

Um dos medicamentos com eficácia comprovada é o Ibrance (palbociclibe), lançado pela Pzifer, uma terapia inovadora para o tratamento do câncer de mama metastático do tipo HR (hormônio receptor positivo) e HER2- em mulheres na menopausa. Essas pacientes têm tumores que crescem em resposta aos hormônios estrogênio ou progesterona, e não estão relacionados à proteína HER2, que promove o crescimento das glândulas mamárias. O medicamento já é vendido nos Estados Unidos e na União Europeia, e deve chegar ao Brasil no próximo mês.
No entanto, ainda é cedo para falar sobre o acesso das pacientes ao medicamento. Mesmo que esteja disponível a partir do mês que vem, há etapas para que seja aceito pelos planos de saúde e pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A Pfizer afirma que está em contato direto com as operadoras de saúde para que o produto seja incorporado antes mesmo da aprovação da Agência Nacional de Saúde (ANS). "Para que planos de saúde paguem pela medicação, que é de alto custo, é necessário que ela seja posta no rol da ANS, atualizado a cada dois anos. O Ibrance não entrou na lista publicada no início de 2018, então, se tivermos sorte, pode ser que entre em 2020. Enquanto isso, as mulheres ficarão esperando devido à burocracia", lamenta o oncologista do hospital Albert Einstein, Sérgio Simon.
Para que o medicamento seja disponibilizado pelo SUS, é necessária a aprovação pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec). "Uma droga de alto custo tem pouca ou nenhuma chance de chegar ao paciente do SUS", pondera Simon, acrescentando que os critérios de aceite das medicações costumam ser "obscuros". Como exemplo, ele cita o caso da trastuzumabe, da Herceptin, uma droga revolucionária no tratamento do câncer de mama do tipo HER2 , lançada nos anos 2000, mas aprovada no Brasil somente em 2015.
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