A Associação dos Amigos e Moradores do Bairro Menino Deus (Assamed) vai entregar, nesta semana, uma representação, assinada por diversas entidades e instituições, ao Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS). A intenção é reforçar a petição contrária à construção de novas estruturas do Corpo de Bombeiros no terreno onde fica, hoje, o Centro Estadual de Treinamento Esportivo (Cete), no bairro Menino Deus, na Capital.
De acordo com José Paulo de Oliveira Barros, presidente da associação, também está marcada, para hoje, uma audiência entre moradores do bairro e o chefe da Casa Civil, Cleber Benvegnú. Para o dia 4 de junho, às 14h, está previsto que a associação ocupe a Tribuna Popular, na Câmara de Vereadores, para votar uma proposta de moção de apoio em defesa do Cete.
Preocupado com o impacto urbanístico para o bairro, além do dano ao direito ao lazer esportivo e ao lazer, de modo geral, o promotor Cláudio Ari Mello, da Promotoria de Habitação e Ordem Urbanística do MP-RS, instaurou um inquérito civil público para avaliar a possibilidade de lesão à cidade ou à ordem urbanística. Preliminarmente, em vistoria realizada no final de abril, o promotor se mostrou contrário à instalação da estrutura, mas garantiu que seriam necessárias conversas com o Estado, além da análise propriamente dita do projeto. Por enquanto, o MP-RS ainda não tem novidades sobre a questão.
A ideia de construir uma nova sede da Escola de Bombeiros surgiu depois de um vendaval, em outubro de 2017, que destruiu parte do ginásio da Brigada Militar, na avenida Ipiranga. Os danos foram extensos, e, meses depois, o Estado anunciou o leilão do terreno, bem como a venda da escola e da sede do Comando de Bombeiros. Os terrenos estão orçados em R$ 125,8 milhões. Como a tentativa de venda, em março, não mobilizou interessados, o governo decidiu negociar as áreas separadamente, embora não se saiba o modelo de venda que será utilizado. Individualmente, o ginásio está orçado em R$ 40,5 milhões, e a escola, em R$ 85,3 milhões.