O Corpo de Bombeiros de São Paulo localizou ontem restos mortais que parecem ser de um terceiro corpo soterrado pelos escombros do edifício Wilton Paes de Almeida, no Largo do Paissandu. Os fragmentos de ossos, que estavam espalhados entre os destroços, foram recolhidos pelo Instituto Médico Legal. O prédio no Centro da capital paulista abrigava uma ocupação de sem-teto, e desabou após um incêndio em 1 de maio.
Com nove dias de buscas, os bombeiros já localizaram o corpo de Ricardo Galvão, conhecido como "Tatuagem", e de uma segunda vítima que aparenta ser um homem, ainda não identificada. Ontem, o número oficial de possíveis mortos caiu para seis após a localização de um dos desaparecidos. O ambulante Artur Héctor de Paula, de 45 anos, foi encontrado na casa de familiares em Minas Gerais, informou a Polícia Civil.
"O Artur de Paula está vivo. Está em Minas com a família", declarou o delegado seccional Marco Antônio de Paula Santos, chefe do inquérito sobre o incêndio. O ambulante foi considerado desaparecido após o depoimento de uma tia.
Para os bombeiros, a região onde os trabalhos estão concentrados neste momento é muito sensível. "Estamos no ponto crucial. Sabíamos que não haveria vítimas nos andares superiores, já que do 11º andar para cima ninguém morava. Acabamos de entrar nos (destroços dos) andares abaixo disso e vamos agir com cuidado para não causar danos", afirmou Marcos Palumbo, porta-voz do Corpo de Bombeiros de São Paulo.
Na semana passada, a polícia disse que, após ouvir uma testemunha, concluiu que um curto-circuito no quinto andar foi a causa do fogo no prédio.