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Inovação

- Publicada em 06 de Junho de 2018 às 16:38

Empresas criam soluções tecnológicas para diminuir o impacto ambiental

Andressa e Maeda desenvolveram lixeiras falantes que indicam o tipo de resíduos

Andressa e Maeda desenvolveram lixeiras falantes que indicam o tipo de resíduos


LUIZA PRADO/JC
Nem todas as empresas permitem que seus funcionários testem soluções inovadoras. A ThoughtWorks, uma companhia de tecnologia sediada no Tecnopucrs, não apenas permite como incentiva a prática em seus funcionários proposta que se percebe desde a chegada, pelos ambientes criativos e descolados.
Nem todas as empresas permitem que seus funcionários testem soluções inovadoras. A ThoughtWorks, uma companhia de tecnologia sediada no Tecnopucrs, não apenas permite como incentiva a prática em seus funcionários proposta que se percebe desde a chegada, pelos ambientes criativos e descolados.
Os desenvolvedores Andressa Cruz e Andherson Cardoso Maeda tiveram a ideia de criar uma lixeira inovadora. Eles, junto de Fábio Magalhães e Otavio Carvalho, se deram conta que nem todos os colegas de trabalho sabiam os itens que deveriam ser destinados em cada compartimento. "Por que não usar nosso conhecimento para um projeto sustentável?", diz Maeda. Isso motivou o desenvolvimento de "lixeiras falantes", que alertam sobre qual resíduo deve ser depositado nelas orgânico ou reciclável. "Se eu jogar fora algo no lugar errado, isso pode comprometer o todo. Vimos que muitas pessoas têm dúvidas do que vai em cada lugar. Então pensamos em bolar a lixeira IOT (Internet of Things, internet das coisas). Na prática, trata-se de uma placa que vai dentro de uma caixa entre as lixeiras de resíduos recicláveis e orgânicos com sensor de aproximação de acordo com diferentes algoritmos. Assim que o protótipo estiver pronto, sua fórmula ficará disponível na web, e o produto poderá ser testado na empresa", explica.
"O projeto do classificador de lixos utiliza machine learning e internet das coisas para apoiar na tarefa de executar o classificador de imagens baseado em redes neurais em hardwares com capacidade restrita", ressalta Andressa. Parece bacana, né?
Eles estão curiosos para ver o produto em operação. Mas a inovação não para por aí: da mesma mente criativa responsável pelo projeto da lixeira falante está saindo um agente conversacional (tipo Pokémon Go) para tratar sobre justiça econômica e social, pilares organizacionais da empresa. Maeda explica que o time está criando um avatar que conversa com as pessoas sobre temas como racismo, igualdade de gênero e cultura de pessoas trans. É a tecnologia à serviço de um mundo melhor.

Bola verde nos gramados russos

Bola da Copa contém borracha feita da cana-de-açúcar e fabricada no Pólo Petroquímico de Triunfo

Bola da Copa contém borracha feita da cana-de-açúcar e fabricada no Pólo Petroquímico de Triunfo


MLADEN ANTONOV/AFP/JC
Quando a Telstar 18 rolar nos gramados russos, durante o evento máximo do futebol planetário, o mundo inteiro estará vendo uma tecnologia ecológica oriunda do Rio Grande do Sul. É que a bola da Copa do Mundo contém borracha feita a partir da cana-de-açúcar brasileira, fabricada no Polo Petroquímico de Triunfo. Líder mundial na produção e comercialização de borracha sintética, a fabricante Arlanxeo é a responsável pela alta performance. O design troca os gomos pretos do desenho clássico por outros texturizados, com alusão à tecnologia digital. Ela será a primeira bola de mundiais a utilizar um chip NFC, que poderá enviar informações a smartphones cadastrados.
Pela primeira vez, os 32 times classificados para a competição terão seus toques na bola monitorados o tempo todo pelos fãs. A alta performance é garantida por características como elasticidade e resiliência. A bola feita para resistir a todas as condições climáticas a longo prazo foi testada em jogos de grandes clubes, como o Real Madrid. "A sustentabilidade ecológica foi um critério essencial na seleção de produtos para a bola de futebol da Copa do Mundo. Queríamos criar a nova bola utilizando materiais de alta tecnologia, que possuem características de performance impressionantes, além de serem sustentáveis", afirma Stefan Bichler, gerente de projetos de Operações de Futebol na Adidas, marca esportiva que assina as bolas Tesltar 18.

Entre ciclistas e astronautas

Um programa para incentivar o ciclo reverso do plástico, chamado Wecycle, criou um selo para identificar os produtos confeccionados a partir de itens reutilizados. Dessa forma, empresas e produtos são reconhecidos pela excelência nos processos de reciclagem e responsabilidade socioambiental. O Wecycle busca fomentar negócios que valorizem os resíduos plásticos ao longo de toda a cadeia produtiva, contribuindo com ações a favor da reciclagem, do pós-consumo e do meio ambiente. A iniciativa já resultou na parceria com diversas organizações para o desenvolvimento de produtos, soluções e processos ligados à reaproveitamento do plástico"afirma Fabiana Quiroga, responsável pela plataforma.
Criada pela Braskem, o Wecycle já contribuiu para a criação de caixas organizadoras, kit de material de pintura e quadros para bicicletas a partir de plástico reciclado. No caso das bicicletas, as Muzzicycles, as resinas de polietileno foram recicladas por cooperativas que estão no programa "ser realizador". Esse plástico reutilizado garante ao meio de transporte vantagens como maior resistência e absorção do impacto, além da garantia vitalícia. A empresa busca ainda investir em ações de educação ambiental nas comunidades onde atua, com foco no uso consciente.
"Os desafios do Wecycle são grandes. Tanto tecnológicos, para buscarmos a produção de produtos reciclados com qualidade, como no engajamento e mudança de percepção da sociedade de que resíduo reciclável tem valor e deve ser separado e destinado corretamente, retornando para o processo produtivo", completa Fabiana.
Outra inovação da empresa em termos de sustentabilidade levou o nome da Braskem para além dos limites da Terra: as impressoras 3D que utilizam o polietileno verde (plástico feito a partir da cana-de-açúcar) estão em uso na Estação Espacial Internacional. A solução é usada pelos astronautas para imprimir suas ferramentas no espaço. Com a tecnologia, eles não precisam levar um monte de peças às viagens espaciais, o que diminui o peso e o consumo de combustível das estações. A inovação ainda poderá ajudar a tornar a vida em Marte possível. O próximo passo será implantar uma recicladora na Estação Espacial.
A Braskem tem ainda um programa de aceleração de startups que possuem soluções inovadoras usando a química e o plástico. Neste ano, destacou uma única empresa gaúcha: a Silo Verde, de São Leopoldo, que produz silos a partir de plástico reciclado.

Árvores e paradas de ônibus solares na Capital

Instalada no Parcão, estrutura permite recarregar bateria do celular

Instalada no Parcão, estrutura permite recarregar bateria do celular


CLAITON DORNELLES/JC
Instalada desde abril, a primeira parada de ônibus sustentável de Porto Alegre deve começar a emitir energia nas próximas semanas. Conforme a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), a ligação para compensação energética já está concluída. A primeira medição sobre a economia poderá ser feita em julho.
A estrutura instalada na avenida Goethe, em frente ao Parque Moinhos de Vento, permitirá a recarga de baterias de equipamentos eletrônicos como celulares por meio de entrada USB. A geração de 1,8 mil watts será suficiente para alimentar outras 50 paradas comuns.
Projeto antigo da ONG Toda Vida, da engenheira Ligia Miranda, a parada deve ser a primeira de uma série de cinco instaladas ao longo do ano. Com patrocínio do Shopping Total e parceria das empresas OZ Engenharia e Sevenia, a instalação não teve custo para a prefeitura, que vai disponibilizar o espaço para testes. Foi possível graças a um Termo de Cooperação Técnica entre a Associação Todavida e a EPTC.
Além desse projeto, Ligia batalha por outra ação de sustentabilidade em meio urbano: a implantação de microflorestas em Porto Alegre. O objetivo é melhorar a temperatura da cidade e criar áreas de convivência entre as pessoas, com mais segurança e espaço para o convívio. Os engenheiros da OZ e da Sevenia são parceiros da ideia: junto à criação das áreas verdes, com mudas de frutíferas e mata nativa, a proposta é "plantar" árvores solares que captam a energia do sol e carregam celulares, a exemplo do que foi realizado no Tecnopucrs, Feira do Livro, Unisinos e no Caminho do Gol, durante a Copa do Mundo na Capital.
Trabalhando com tecnologias deste tipo desde 2013, o fundador da OZ Engenharia Fábio Rahmeier diz que a inovação desperta curiosidade e torna as pessoas multiplicadoras do conceito. "As pessoas ficam encantadas e buscam se informar mais em como podem ajudar o meio ambiente", afirma.
Outra empresa que emprega a criatividade para disseminar energia solar é a Seffi, responsável pela instalação de uma floresta solar no Parque Getúlio Vargas, em Canoas. Em 2017, quando um grande shopping foi inaugurado na região, eles foram contratados para criar ações de compensação de impacto ambiental, o que foi realizado com a instalação de 16 árvores com placas fotovoltaicas no entorno do empreendimento. O trabalho resultou em uma verdadeira floresta solar capaz de captar toda a energia utilizada no parque - e manter a conta de luz em taxa básica.