Os números da safra de tabaco 2017/2018 são positivos. Segundo dados da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), em termos de qualidade, o produto gaúcho é igual ou até melhor do que o colhido no ano passado. A produtividade também, com o total de 290 mil toneladas. O clima ajudou e os preços pagos ao produtor entusiasmaram. Por que, então, o setor só encolhe?
Em 2005, os três estados do Sul chegaram a ter 198 mil famílias envolvidas no plantio. Em 2017, esse número caiu para 150 mil. "Estamos reduzindo a produção para adequá-la à demanda. O consumo de cigarros existe, mas vem caindo em todo o mundo. Por isso, não podemos ter superoferta. Isso representaria prejuízo para o produtor", explica o presidente da Afubra, Benício Werner.
Devido a esse cenário, a área plantada também é cada vez menor. A saída é o incentivo à diversificação de culturas, agregando novas fontes de renda, como milho, feijão e soja. Esse manejo é importante para manter as famílias ativas nas propriedades. "O futuro é repensar a produção continuamente, para adequar os estoques por oferta e demanda. Não podemos contar com o aumento no consumo de cigarros", finaliza.