Jornal do Com�rcio

O otimismo presente nas proje��es de alguns segmentos industriais ga�chos para o desempenho em 2018 n�o tem a mesma intensidade na �rea da borracha. De acordo com empresas e entidades, a recupera��o desse setor - no qual o Estado � o segundo maior polo do Brasil - tem sido mais lenta. Um exemplo est� no �ndice de Desempenho Industrial (IDI) divulgado pela Federa��o das Ind�strias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) no in�cio deste m�s: o crescimento da ind�stria de ve�culos foi de 19,5% no primeiro trimestre, enquanto borracha e pl�stico ficou em 1,5% no mesmo per�odo.

O Sindicato das Ind�strias de Artefatos de Borracha no Estado do Rio Grande do Sul (Sinborsul) ainda qualifica o cen�rio setorial como preocupante, sem indicadores que possam apontar a dissipa��o total da crise econ�mica. As exporta��es ga�chas do segmento - que chegaram a crescer 38% em d�lares no primeiro semestre de 2017, superando a m�dia nacional no per�odo - n�o t�m sido suficientes para suprir a queda na demanda interna, segundo o sindicato. Os impactos negativos foram sentidos na produ��o e nas vendas de pneum�ticos, bem como nos artefatos.

O presidente do Sinborsul, Gilberto Brocco, acredita que a retomada passa por transforma��es mais profundas no contexto nacional. "Para delinear um novo cen�rio, n�o bastam a��es superficiais e medidas de pouco impacto. � preciso planejamento consistente, longe de interesses partid�rios, mas pr�ximo do reequil�brio das contas fiscais. Com uma carga tribut�ria abusiva, juros altos e cr�dito escasso, dificilmente sairemos deste cen�rio a m�dio prazo", afirma Brocco.

No caso de empresas com rela��o mais direta com o mercado automotivo, a perspectiva � um pouco melhor. O diretor comercial e de marketing da Borrachas Vipal, Guilherme Rizzotto, por exemplo, confia em um ano positivo. "Em 2017, tivemos crescimento em rela��o a 2016. E este ano est� um pouco melhor, como reflexo direto da (movimenta��o na) ind�stria automobil�stica e de caminh�es. Nosso neg�cio � reforma de pneus, ent�o est� mais relacionado com isso. O agroneg�cio tamb�m � muito significativo, com um bom volume de carga transportada", descreve o gestor.

Destacada mundialmente no segmento de produtos para reforma e reparos para pneus e c�maras de ar, a Vipal tem f�bricas no Rio Grande do Sul e na Bahia, reunindo ao todo cerca de 3 mil colaboradores. Uma das estrat�gias da empresa tem sido a constante busca de inova��o. Projetos recentes de atualiza��o tecnol�gica, implantados no ano passado, v�m contribuindo para bons resultados. "O ganho de produtividade j� existe. Investimos em m�quinas, processos e softwares. � um conjunto de ferramentas. � imposs�vel voltar, temos que fazer cada vez mais com menos. A tecnologia n�o � para tirar m�o de obra, � para dar oportunidade de o colaborador ser mais produtivo", explica Rizzotto.

A �nfase nas exporta��es � uma das prioridades da Vipal ao longo dos anos. O mercado externo faz parte dos neg�cios da empresa desde a d�cada de 1980, e hoje cerca de 25% da produ��o � exportada para todos os continentes. "Agora, o d�lar est� favor�vel, mas temos cautela, para dar solidez aos clientes. Todo mercado tem muitos concorrentes, � desafiador l� fora e aqui no Brasil. Isso nos movimenta, faz com que continuemos investindo em tecnologia. A avalia��o da borracha � em n�vel internacional", diz o diretor comercial, Guilherme Rizzotto. Para ele, outro aspecto fundamental para a empresa � a conscientiza��o dos clientes: "� preciso estar atento ao consumidor. Temos equipe para isso. Orientamos os clientes para a maneira correta de usar os pneus".