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Paralisação

- Publicada em 31 de Maio de 2018 às 22:02

Combustível retorna aos postos no Rio Grande do Sul

Genaro Anele comemorou oportunidade de encher o tanque do carro

Genaro Anele comemorou oportunidade de encher o tanque do carro


/MARCO QUINTANA/JC
Apesar do final da greve dos caminhoneiros, após 10 dias de paralisação, a normalização do abastecimento nos postos de combustíveis em todo o Estado ainda deve levar uma semana. Conforme o presidente do sindicato que representa os postos de combustíveis do Rio Grande do Sul (Sulpetro), João Carlos Dal'Aqua, a situação está evoluindo rapidamente em Porto Alegre e Região Metropolitana, porém, há regiões do Estado que ainda devem enfrentar dificuldades nos próximos dias.
Apesar do final da greve dos caminhoneiros, após 10 dias de paralisação, a normalização do abastecimento nos postos de combustíveis em todo o Estado ainda deve levar uma semana. Conforme o presidente do sindicato que representa os postos de combustíveis do Rio Grande do Sul (Sulpetro), João Carlos Dal'Aqua, a situação está evoluindo rapidamente em Porto Alegre e Região Metropolitana, porém, há regiões do Estado que ainda devem enfrentar dificuldades nos próximos dias.
Na Capital, as filas de carros esperando para abastecer estavam bem menores do que as verificadas em dias anteriores. A espera, que chegou a levar horas durante a semana, diminuiu para alguns minutos. Porém, ainda era possível encontrar postos de gasolina fechados devido à grande demanda reprimida.
A falta do álcool anidro, mistura obrigatória para a gasolina no Brasil, impedia que o combustível chegasse aos postos. "Tudo está sendo resolvido agora, mas estimamos R$ 12 milhões de prejuízos por dia com custos operacionais para todo o setor no Estado", calcula Dal'Aqua.
O microempresário Genaro Anele comemorava a oportunidade de encher o tanque de gasolina aditivada - única opção no local - pelo preço de R$ 4,99, em Porto Alegre. "Não cheguei a ter de encarar filas longas e horas de espera, porque fiz uma reserva e economizei durante quase uma semana", comentou Anele, após aguardar 15 minutos para chegar até a bomba.

Recuperação da indústria pode demorar 10 dias

A perda de faturamento das indústrias gaúchas deve chegar a R$ 3 bilhões com a greve dos caminhoneiros, segundo projeção da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs). “Até o momento, foram R$ 2 bilhões mas, como a retomada deve acontecer entre cinco a dez dias, os prejuízos serão maiores”, comenta o presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry. Ele alerta que o Estado também sentirá esses efeitos em função da queda na arrecadação. “Isso mostra o quanto um movimento como esse pode ser perigoso para uma nação”, diz. Indústrias gaúchas importantes como CMPC Celulose Riograndense, Marcopolo e Randon paralisaram as operações.

Como está a situação dos principais setores e serviços atingidos pela paralisação dos caminhoneiros

Abastecimento

Postos de combustível
Conforme o Sulpetro, o abastecimento nos postos de combustível na Capital e na Região Metropolitana deve normalizar ainda nesta segunda-feira, com a chegada dos carregamentos de álcool anidro e o fim da política de limitação dos valores - que vem fazendo fluir o ritmo nas bombas. Já no interior do Estado, ainda há cidades que não estão recebendo gasolina na quantidade necessária para atender à demanda dos motoristas. A normalização em todo o Rio Grande do Sul deve ocorrer apenas na quinta-feira da semana que vem, afirmou o presidente do sindicato, João Carlos Dal'Aqua.
Gás de cozinha
O Gabinete de Crise da Prefeitura de Porto Alegre, por meio do Procon da Capital, realizou um mapeamento das distribuidoras onde há gás de cozinha disponível para a população. De um total de 54 pontos consultados, apenas 13 estão com bom estoque, e outros 10, com número baixo de botijões. Há 23 pontos sem estoque, e oito não informaram a situação. O Singasul calcula que menos de 10% dos revendedores no Estado tinham gás de cozinha para comercializar até terça-feira.
Supermercados
Responsável pelo abastecimento de 90% dos itens de necessidade básica dos gaúchos, o setor supermercadista não ficará desabastecido de alimentos nas próximas semanas. O último comunicado da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), desta terça-feira, garantia estoque de não perecíveis por 10 dias.

Transporte

Ônibus, táxis e lotações
A prefeitura de Porto Alegre informa que o transporte público opera com tabelas horárias normais. Nesta sexta-feira, será tabela oficial de dia útil. Sábado e domingo, tabelas normais de fim de semana. Táxis e lotações também operam normalmente.
Ônibus intermunicipal
A Rodoviária de Porto Alegre opera normalmente, sem cancelamento de viagens e realocação de passageiros. O diretor de operações do terminal rodoviário da Capital, Giovanni Luigi, admitiu que o movimento de passageiros estava bem abaixo do normal para o feriado de Corpus Christi - queda de 10% na venda de passagens. "Mas o mais importante é que saíram viagens de ônibus para todos os municípios gaúchos", destacou Luigi.
Aeroportos
As operações do Aeroporto Internacional Salgado Filho, de Porto Alegre, seguem normalizadas. Segundo o último comunicado emitido pela Fraport, o local recebeu, na quinta-feira, 12 carretas com combustível, o que garante o reabastecimento das aeronaves. A Infraero informou, nesta quinta-feira, que seguiam com dificuldades de abastecimento apenas os aeroportos de Palmas, no Tocantins; Imperatriz, no Maranhão; Juazeiro do Norte, no Ceará; e Protásio de Oliveira, no Pará.

Saúde

Hospitais e postos de saúde
Os hospitais da rede pública e os postos de saúde de Porto Alegre estão funcionando normalmente, garantiu o secretário municipal de Saúde, Erno Harzheim. Único hospital que ainda não havia retomado a realização de cirurgias eletivas, o Hospital de Clínicas de Porto Alegre voltou a fazer os procedimentos nesta sexta-feira. O Gabinete de Crise está organizando comboio para garantir o transporte de lenha para os caldeiras da lavanderia de hospital, "último gargalo para o seu funcionamento", garantiu Harzheim.
Vacinação
A campanha de vacinação contra a gripe para grupos prioritários foi prorrogada até 15 de junho devido aos impactos da paralisação dos caminhoneiros. Inicialmente, o prazo se encerraria nesta sexta--feira, 1 de junho. A prorrogação permitirá melhora na cobertura vacinal, que, até quarta-feira, estava em 66% em Porto Alegre; 71% no Rio Grande do Sul; e 68,4% no País, de acordo com dados do Ministério da Saúde.

Alimentos

Abates
Os abates serão retomados nesta sexta-feira no Estado, e, entre sábado e segunda-feira, o mercado consumidor começará a receber os produtos. "No início da semana, tudo já estará contornado", projeta o diretor executivo do Sicadergs, que representa o setor de carnes do Estado, Zilmar Moussalle. Segundo ele, como não há mais bloqueios das estradas, a reposição é rápida. Diariamente, são abatidos de 10 mil a 11 mil bovinos no Estado, custando cerca de R$ 2,6 mil a unidade. Em todos esses dias sem abate, o setor deixou de faturar cerca de R$ 156 milhões.
Aves e suínos
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) informou que as empresas do setor reiniciaram, nesta quinta-feira, as atividades parcial e gradativa de 46 unidades produtoras de aves, ovos e suínos pelo País. As exportações seguem paralisadas nos portos. Alguns pontos de bloqueio persistem, impedindo o trânsito de cargas frigoríficas e ração. De qualquer forma, há confiança de que, em breve, as cargas de aves, rações e caminhões frigoríficos consigam transitar normalmente.
Leite e derivados
A coleta de leite se iniciou nesta quinta-feira em todo o Estado. A estimativa do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Rio Grande do Sul (Sindilat) é que o abastecimento do mercado consumidor recomece de forma intensa nesta sexta-feira. "Neste primeiro momento, não teremos toda a variedade e marcas disponíveis, mas os produtos já estão chegando", afirma o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra. A situação deve estar 100% normalizada entre sete e 15 dias. Além da falta de insumos para a produção de alguns derivados, uma das dificuldades enfrentadas é a falta de matéria-prima para as embalagens.
Ceasa
O dia foi movimentado ontem na Ceasa-RS, e a expectativa é que o mesmo deva acontecer nestas sexta e segunda-feira. Na terça-feira, todo reabastecimento de produtos no Estado estará normalizado. "Três dias é o que costumamos levar em casos como esse, em que é necessário praticamente reabastecer todos os mercados", afirma o presidente da Ceasa-RS, Ernesto da Cruz Teixeira. O mesmo deve acontecer com os preços, que ainda estão altos em função da lei da oferta e da procura. Na quinta-feira, o preço do tomate, por exemplo, abriu em R$ 140,00 a caixa e fechou em R$ 80,00. "São preços fora da realidade, porque os produtos não existiam no mercado", diz.
Restaurantes
A volta à rotina dos restaurantes já começou e vai se intensificar neste sábado, aponta o Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região (Sindha). "Tudo vai depender da reposição de gás e dos hortifrutigranjeiros. Alguns restaurantes ainda estão fechados, mas, aos poucos, a vida volta ao normal", afirma o presidente da entidade, Henry Starosta Chmelnitsky. Os estabelecimentos foram afetados pela falta de produtos e pela dificuldade das pessoas chegarem até o seu local de trabalho. Foi o caso do McDonald's localizado na Silva Só, que retomou as operações na quinta-feira após uma semana de portas fechadas. A loja tem a maior venda por metro quadrado da rede no Brasil e precisou fechar em decorrência do desabastecimento.
Hotéis
A rede hoteleira de Porto Alegre e Região Metropolitana teve uma média de 30% a 32% de cancelamentos durante a greve, informou o Sindha. A instabilidade do transporte aéreo e a falta da gasolina para as pessoas viajarem foram os principais fatores que levaram a isso. A situação deve se normalizar nos próximos dias.
Indústria
A perda de faturamento das indústrias gaúchas deve chegar a R$ 3 bilhões com a greve dos caminhoneiros, segundo projeção da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs). "Até o momento, foram R$ 2 bilhões, mas, como a retomada deve acontecer entre cinco e 10 dias, os prejuízos serão maiores", comenta o presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry. Ele alerta que o Estado também sentirá esses efeitos em função da queda na arrecadação. Indústrias gaúchas importantes, como CMPC Celulose Riograndense, Marcopolo e Randon, paralisaram as operações.