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Economia

- Publicada em 30 de Maio de 2018 às 13:10

'A palavra de ordem é colocar os caminhões na estrada', diz general do Exército

General (centro) apela para caminhoneiros aderirem ao comboio e diz que população está cansada

General (centro) apela para caminhoneiros aderirem ao comboio e diz que população está cansada


FREDY VIEIRA/JC
Patrícia Comunello
Exército Brasileiro (EB), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Brigada Militar colocam em marcha, na tarde quarta-feira (30), nova fase da ação para liberar cargas e buscar a normalidade do abastecimento no Rio Grande do Sul, um dos impactos da greve dos caminhoneiros. Comboios em três rodovias federais vão escoar caminhões que voluntariamente quiserem voltar a rodar. A movimentação terá escolta das forças de segurança e do EB.
Exército Brasileiro (EB), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Brigada Militar colocam em marcha, na tarde quarta-feira (30), nova fase da ação para liberar cargas e buscar a normalidade do abastecimento no Rio Grande do Sul, um dos impactos da greve dos caminhoneiros. Comboios em três rodovias federais vão escoar caminhões que voluntariamente quiserem voltar a rodar. A movimentação terá escolta das forças de segurança e do EB.
"Mais importante: caminhoneiros retornem ao trabalho. Vamos garantir segurança. A população já está cansada", resumiu o general de brigada e chefe do Centro de Coordenação de Operações do Comando Militar do Sul (CMS), Carlos José Assumpção Penteado.
VÍDEOS JC: General do EB descreve ações para normalizar abastecimento
O tráfego será guiado por corredores livres nas estradas, que foram adotados nessa terça-feira (29). A decisão de adotar os comboios para qualquer tipo de carga foi tomada no começo da manhã desta quarta-feira (30) durante reunião de todos os organismos, incluindo Polícia Federal e Agência Brasileira de Inteligência (Abin), na sede do Comando Militar do Sul (CMS), em Porto Alegre. O local virou o QG das forças de segurança para atuar no desbloqueio de estradas e garantia de transporte de combustíveis, cargas como remédios e ração para animais.       
Os caminhões terão escolta em três direções, todas partindo de Porto Alegre. O primeiro corredor seguirá pela BR-116 rumo a Jaguarão, no sul do Estado. O segundo será pela BR-386 em direção a Passo Fundo. Já o terceiro percorre a BR-290 até Uruguaiana, na Fronteira Oeste. "Vamos garantir a segurança de todos os motoristas que estão parados, seja em postos ou outros locais, que queiram entrar neste comboio. A garantia é que daremos segurança ponto a ponto", afirmou o chefe do Centro de Coordenação de Operações do CMS. Segundo o general, a medida servirá para "abastecer o interior do Estado".
"Qualquer caminhoneiro pode aderir. Peço a todos os caminheiros que estão parados e que tiveram reivindicações atendidas que não se misturem a grupos que estão se aproveitando", ressaltou Penteado. Sobre a infiltração de pessoas com outros interesses, os representante das três forças não quiseram comentar ao falar sobre a ação na manhã desta quarta na sede do CMS. "Quando virem o comboio, comecem a roda", motiva o general, que avisou. "A palavra de ordem é: colocar os caminhões na estrada. É isso que nós queremos e tenho certeza que o povo gaúcho também quer."     
O Exército vai mobilizar uma companhia ou esquadrão com 150 homens e mais 15 a 20 viaturas para acompanhar os comboios. O general explicou que tropas de organizações militares pelo Interior serão colocadas próximas a rodovias "para fazer segurança e evitar que caminhoneiros tenhas algum problema".

Bloqueios acabaram nas estradas, garante PRF

O superintendente da PRF, João Francisco de Oliveira, diz que o planejamento estratégico inicial era para garantir que não tivesse rodovias bloqueadas no Estado. "Hoje não há mais bloqueios, mas concentração de caminhoneiros na beira das estradas. Neste momento, há urgência para que todos os caminhões circulem. Vamos garantir as forças de segurança e os meios necessários", justificou Oliveira.   
Diante de alguma resistência e reação de caminhoneiros, o EB vai trabalhar com a "progressividade", diz Penteado. "Vamos negociar. O caminhoneiro que aderir é porque foi voluntário. Ninguém será forçado", destacou o general, citando que as forças de segurança poderão agir. "Mas não vamos admitir, de forma alguma, que caminhoneiros que foram voluntários, sejam atacados ou, no mínimo, sabotados na intenção de voltar a rodar". Penteado apontou que ação se direciona a "grupos alheios aos caminhoneiros que possam se aproveitar para impedir que os caminhões rodem".
O uso da força não está descartado, envolvendo a ação integrada de BM, EB e PRF. "O Exército, como atua em massa, proporcionará segurança para isso (uso da força) se for o caso", reforça o general. "Teremos força suficiente dissuasória para evita isso. Vamos levar armamento menos letal, pessoal equipado com choque e com armamento normal de segurança."  
O general comentou que, no panorama nacional, uma boa notícia foi a liberação do trânsito em Embu das Artes, em São Paulo. Os caminhões estão rodando, vindo pelo Paraná e devem chegar ao Sul. "Há a sensação de uma sensível melhora no Paraná e em Santa Catarina e chegará ao Estado". Corredores liberados começaram em diversos pontos do País nessa terça-feira (29). O planejamento é nacional. "A nossa única missão é fazer a economia voltar a funcionar. Se for preciso vamos usar a força para garantir quem quer circular", reforça Oliveira.  
As autoridades não quiserem prever um prazo para que se consiga alcançar a normalidade do abastecimento. "Vai até quando conseguirmos fazer todos rodarem. Trabalhamos permanentemente para voltar a vida normal, para a sofrida população ter suas necessidades básicas atendidas, e isso depende que os caminhões estejam na rua", condiciona o chefe do Centro de Coordenação de Operações do CMS.
O assessor do gabinete operacional do subcomandante da BM, tenente coronel André Luiz Córdova, diz que as empresas com dificuldades de escoar produção devem buscar os comandos regionais da força para que se garanta condições de escoamento. "A vida da maior parte da população está sendo afetada de forma delicada. As pessoas ficam sem poder cozinhar", advertiu Córdova. A BM, EB e PRF vão montar ainda pontos de checagem nas estradas. "O suporte de largo espectro será dado por vários dias. Estamos juntos para retomar a normalidade da vida das pessoas", preveniu o tenente coronel da BM.
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