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Economia

- Publicada em 29 de Maio de 2018 às 12:13

Porto-alegrenses vivem rotina de filas em postos em busca de combustível

Vitor Fernandes era o primeiro da fila em posto na rua Domingos Crescêncio com avenida João Pessoa

Vitor Fernandes era o primeiro da fila em posto na rua Domingos Crescêncio com avenida João Pessoa


PATRÍCIA COMUNELLO /ESPECIAL/JC
Patrícia Comunello
A rotina dos porto-alegrenses tem sido marcada nos últimos dias por um movimento: casa, fila de posto de combustíveis e trabalho, quando é possível. Nesta terça-feira (29), uma lista liberada pela prefeitura de que 24 postos estariam abastecendo motivou mais proprietários de veículos a irem aos estabelecimentos.  
A rotina dos porto-alegrenses tem sido marcada nos últimos dias por um movimento: casa, fila de posto de combustíveis e trabalho, quando é possível. Nesta terça-feira (29), uma lista liberada pela prefeitura de que 24 postos estariam abastecendo motivou mais proprietários de veículos a irem aos estabelecimentos.  
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O músico e agora motorista de aplicativos Helio Cordeiro foi às 5h desta terça para a fila que se formava para um posto na rua Domingos Crescêncio, no bairro Santana. O estabelecimento fica na esquina com a avenida João Pessoa. "Divulgaram na imprensa que teria gasolina aqui, que o caminhão chegaria às 6h e não chegou ainda. Ou seja, corro o risco de não conseguir nada", admitiu Cordeiro por volta das 8h30min.
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Cordeiro calcula que já deixou de faturar R$ 800,00 em cinco dias que está com tanque apenas na reserva. "Tem três litros. Sou músico, como música não dá nada, dirijo. Estou aqui tentando sobreviver, mais para cumprir a parte social que me cabe e ter dinheiro para pagar as contas." 
O educador físico Gabriel Neimayer Schmitt chegou às 5h15min na mesma fila do músico. "Estou parado no mesmo lugar mais de quatro horas. Vou ficar até as 13h30min quando tenho de trabalhar. Se não conseguir hoje, estaciono o carro e vou a pé trabalhar. Sou personal training, se não dou aula não recebo", narra Schmitt. Como tem sido a rotina do educador físico nos últimos dias?
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"Quarta-feira (23) encarei uma fila em um posto na avenida Ipiranga e não consegui abastecer. Na manhã de quinta-feira (24), foi para outra também na Ipiranga e nada. Na quinta de noite, fila de novo e não consegui. Hoje tô na quarta fila e nada ainda e não tenho nem certeza se vu conseguir abastecer". Schmitt resumiu seu dilema: "Fico na fila e deixo de trabalhar, mas se abasteço, não trabalho. Vivo hoje um dia de cada vez e tenho a esperança de que isso nunca mais aconteça".
O primeiro da fila no posto na esquina da avenida João Pessoa com rua Domingos Crescêncio era o motorista Vitor Fernandes, que chegou às 22h ao local e dormiu dentro do carro. "Vim neste posto porque ele tava na lista do Marchezan (prefeito Nelson Marchezan Júnior). Meu filho veio aqui na noite dessa segunda e confirmou que teria. Se não tiver vou correr a outro posto e rezar para que o combustível que tenho no carro seja suficiente", diz Fernandes, indicando que o visor do tanque no painel do carro aponta que está na reserva. "Se terminar, paro em algum lugar com posto e espero". 
Com fila de veículos que dava a volta em todo o quarteirão (avenidas João Pessoa e Princesa Isabel e ruas Domingos Crescêncio e Santana), o dono do posto da bandeira Ipiranga, Dealencar Luiz Ceccon, garantiu, por volta das 9h, que teria combustível. "A carga de 10 mil litros de gasolina já saiu da Refap e tá chegando, mas não tem horário certo", justificou Ceccon. O volume enche 400 tanques de veículos. Mas o estabelecimento vai limitar em até R$ 100,00 por carro ou cerca de 22 litros.
O dono admitiu que a previsão era que a gasolina chegasse às 6h, mas houve atraso na saída de caminhões em Canoas, sede da refinaria. "A certeza da chegada se baseia na emissão da nota que ocorreu na noite dessa segunda. Mas para os próximos dias a incerteza se mantém. Minha esperança é que se normalize", projeta o proprietário.  O posto está desde a quarta-feira da semana passada sem combustível.   
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