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Economia

- Publicada em 27 de Maio de 2018 às 22:44

Chegada do frio beneficia produção de citros

Safra da bergamota já começou nos principais municípios produtores

Safra da bergamota já começou nos principais municípios produtores


/IVAN DE ANDRADE/PALÁCIO PIRATINI/JC
Guilherme Daroit
Chegou o frio, e, com ele, outro símbolo do outono gaúcho, a bergamota. Aberta oficialmente na semana passada, a safra estadual de citros promete igualar em quantidade a produção do ano passado, segundo a Emater-RS. Devem ser colhidas 448 mil toneladas no Rio Grande do Sul, sendo 284 mil toneladas de laranja, 153 mil toneladas de bergamotas e pouco mais de 11 mil toneladas de limão. A qualidade, que trazia certa apreensão por conta do clima, também não deverá ser problema graças à queda das temperaturas.
Chegou o frio, e, com ele, outro símbolo do outono gaúcho, a bergamota. Aberta oficialmente na semana passada, a safra estadual de citros promete igualar em quantidade a produção do ano passado, segundo a Emater-RS. Devem ser colhidas 448 mil toneladas no Rio Grande do Sul, sendo 284 mil toneladas de laranja, 153 mil toneladas de bergamotas e pouco mais de 11 mil toneladas de limão. A qualidade, que trazia certa apreensão por conta do clima, também não deverá ser problema graças à queda das temperaturas.
"Em outros anos, em início de safra, estávamos com as frutas com coloração mais adequada. Mas agora, com o frio, estamos com uma perspectiva melhor para este ano", argumenta o assistente técnico regional da Emater-RS, Derli Paulo Bonine. As temperaturas baixas, explica, são essenciais para tornar as frutas mais vistosas, com tons alaranjados, algo que não vinha acontecendo até então.
O maior risco aos cerca de 25 mil hectares de pomar no Estado reside, agora, na possibilidade de geada, que deixa o fruto seco. Segundo Bonine, outro benefício do frio é que se diminui também a incidência de pragas como a mosca das frutas, que preocupava os produtores com a continuidade do calor. A situação não deve ser mais problemática porque, embora as primeiras frutas já cheguem ao mercado desde abril, a maior parte dos citros gaúchos é de variedades tardias, com colheita a partir de setembro. Na bergamota, foram colhidas já as variedades japonesa, e, ainda agora, a caí e a ponkan. Depois, por volta de julho, amadurece a pareci, até que esteja pronta a montenegrina, carro-chefe dos pomares gaúchos. Nas laranjas, a principal variedade em produção é a valência, também de ciclo tardio, que sucederá as frutas de umbigo e do céu, que começam a chegar aos consumidores.
Tendo os frutos, entretanto, as atenções dos produtores se voltam para outro campo, o da comercialização. Aqui, também, o determinante costuma ser o período de fim do inverno, coincidente com o amadurecimento das variedades que, com o tempo, foram ganhando em área plantada sobre as demais. O motivo é que, nessa época, a produção do resto do País já se esgotou, e os citros gaúchos passam a dominar o mercado nacional.
"O mercado está muito instável, não se sabe como vai ser daqui para a frente", argumenta o produtor Fabiano Ost, presidente da Associação Montenegrina de Fruticultores, município no coração da região tradicional da bergamota no Estado, o Vale do Caí.
Uma das fontes de renda dos produtores, porém, já não deu um bom sinal. A chamada bergamota verde, que são os frutos em excesso retirados dos pés para permitir que as demais possam se desenvolver, com o passar dos anos passou a ganhar mercado, sendo vendida a indústrias em busca da essência retirada da casca. Neste ano, porém, a venda não cobriu nem os custos com a mão de obra para a colheita, segundo Ost, porque as fábricas alegaram estar com os estoques cheios ainda da safra passada.
A expectativa é com a venda dos frutos in natura, que começam a chegar aos mercados e, normalmente, remuneram melhor. "A margem do produtor está bem apertada. Hoje, está no amarelo, mas, se errar, o produtor fica no vermelho", comenta Ost, alegando que os custos aumentaram, mas, com a recessão, não há como repassar o aumento aos consumidores.
Uma das formas de lidar com o cenário tem sido a busca por novos nichos. Charles Kauer, de família produtora de Montenegro há quatro gerações, por exemplo, desde agosto do ano passado, administra, junto aos parentes, uma agroindústria de geleias, batizada de Vapor Velho. "Estávamos cansados de ficar na mão dos intermediários, que ditam o preço", conta Kauer. A industrialização ainda traz outro benefício à família, oportunizando renda nos meses de verão, quando não há frutos in natura para a venda.
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