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Economia

- Publicada em 22 de Maio de 2018 às 22:12

Caminhoneiros permanecem mobilizados no Rio Grande do Sul

No segundo dia de manifestação, parte dos bloqueios aconteceu na BR-290 na altura de Gravataí

No segundo dia de manifestação, parte dos bloqueios aconteceu na BR-290 na altura de Gravataí


/DONALDO HADLICH/FRAMEPHOTO/FOLHAPRESS/JC
Carolina Hickmann
Em razão da política de aumento dos combustíveis, caminhoneiros e cegonheiros do Rio Grande do Sul dão continuidade a mobilização iniciada segunda-feira nas rodovias federais. Até às 18h de ontem, a Polícia Rodoviária Federal registrava 18 pontos de paralisação em 10 rodovias federais, com tráfego de veículos de carga interrompidos. As localidades com maior concentração de manifestantes foram a BR-116, no quilômetro 397, em Camaquã; a BR-290, a freeway, em Gravataí e a BR-392, na altura do quilômetro 66, em Pelotas. Ambas as rodovias levam ao porto do Rio Grande, ponto de escoamento da produção gaúcha.
Em razão da política de aumento dos combustíveis, caminhoneiros e cegonheiros do Rio Grande do Sul dão continuidade a mobilização iniciada segunda-feira nas rodovias federais. Até às 18h de ontem, a Polícia Rodoviária Federal registrava 18 pontos de paralisação em 10 rodovias federais, com tráfego de veículos de carga interrompidos. As localidades com maior concentração de manifestantes foram a BR-116, no quilômetro 397, em Camaquã; a BR-290, a freeway, em Gravataí e a BR-392, na altura do quilômetro 66, em Pelotas. Ambas as rodovias levam ao porto do Rio Grande, ponto de escoamento da produção gaúcha.
A União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam) é uma das entidades que participa das manifestações. Seu presidente, José Araujo Silva, o China, explica que encaminhou ao governo federal documento solicitando medidas que diminuam o impacto do preço dos combustíveis sobre o trabalho dos caminhoneiros. "Ninguém aguenta mais da forma que está, tanto que o Brasil está parado", afirma. Desde que a Petrobras iniciou a política de reajustes diários dos preços dos derivados de petróleo, em julho do ano passado, foram 121 altas no óleo diesel, que representam acumulo de 56,5% nos preços do combustível, segundo cálculo do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).
A manifestação fez com que a General Motors (GM) paralisasse as atividades em seus quatro complexos industriais ligados a veículos, entre eles o de Gravataí. Em comunicado, a empresa explica que o movimento dos caminhoneiros impactou seu fluxo logístico, incluindo as exportações. "Com a falta de componentes, as linhas de produção começam a ser paralisadas e também estamos enfrentando dificuldades na distribuição de veículos à rede de concessionárias", diz o texto. A cadeia de proteína animal do Estado também foi impactada. A Aurora Alimentos informou, em nota, que paralisará totalmente as atividades de suas indústrias de processamentos de aves e suínos no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul a partir de amanhã.
Segundo a empresa, a capacidade total de estocagem de produtos (50 mil toneladas) foi exaurida. Em estimativa, a Aurora avalia R$ 50 milhões de prejuízos para a cadeia produtiva ancorada na empresa.
O setor lácteo, através do Sindilat, informou que considera o movimento legítimo, apesar de solicitar que o governo e as autoridades competentes negociem flexibilização para o livre trânsito de caminhões de leite. "O leite é um produto vivo e sujeito a rígidas normas de captação. Se os veículos não chegarem às propriedades dentro do prazo, os produtores terão sua produção descartada", enfatiza a entidade em nota assinada pelo presidente Alexandre Guerra. No final da tarde de ontem, o sindicato decidiu ir à Justiça para garantir o transito dos 12,6 milhões de litros de leite cru captados diariamente.
Da mesma maneira, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) alerta que o bloqueio impede transporte de aves e suínos vivos, ração e cargas refrigeradas. "A continuar este quadro, há risco de falta de produtos para o consumidor brasileiro", alerta em comunicado. A entidade também apoia a paralisação, mas entende que o movimento deve preservar o fluxo dos alimentos e de insumos para a produção. Da mesma maneira se posicionou a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo).
O presidente do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa), Rogério Kerber, enviou ontem ao governo do Estado relatório sobre os impactos da paralisação dos caminhoneiros na produção de proteína animal. "Com a redução dos embarques externos, as câmaras frias estão abarrotadas. Se os bloqueios se mantiverem as indústrias terão que suspender os abates, o que já está acontecendo em alguns casos", informa o documento.
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