Comentar

Seu coment�rio est� sujeito a modera��o. N�o ser�o aceitos coment�rios com ofensas pessoais, bem como usar o espa�o para divulgar produtos, sites e servi�os. Para sua seguran�a ser�o bloqueados coment�rios com n�meros de telefone e e-mail.

500 caracteres restantes
Corrigir

Se voc� encontrou algum erro nesta not�cia, por favor preencha o formul�rio abaixo e clique em enviar. Este formul�rio destina-se somente � comunica��o de erros.

Porto Alegre, domingo, 20 de maio de 2018.

Jornal do Com�rcio

Economia

COMENTAR | CORRIGIR

Conjuntura

Not�cia da edi��o impressa de 21/05/2018. Alterada em 20/05 �s 20h57min

Pa�s precisar� de ponto de equil�brio no c�mbio

Desvaloriza��o recente do real pode ter consequ�ncias sobre pre�os

Desvaloriza��o recente do real pode ter consequ�ncias sobre pre�os


/MARCELlO CASAL JR/ABR/JC
A taxa de câmbio no Brasil não deve voltar aos patamares anteriores à atual volatilidade, mas ainda não está claro qual é o seu novo ponto de equilíbrio, disse Otaviano Canuto, diretor executivo do Banco Mundial para o Brasil e outros oito países. "Isso dependerá da estabilização das expectativas em relação ao patamar de juros nos Estados Unidos e à cotação do dólar diante de outras moedas."
Segundo ele, o que está ocorrendo nos últimos dias é um ajuste global de portfólio de investidores, depois de um longo período de oferta ampla e barata de recursos. Se em 2013 houve o susto com os primeiros sinais de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) acabaria com a expansão monetária do pós-crise, agora há a consequência da elevação real dos juros na maior economia do mundo, ressaltou.
Canuto observou que o cenário "benigno" para a atual turbulência é que ela se limite ao ajuste de portfólio, com investidores retirando recursos de mercados emergentes. Esse movimento é estimulado não apenas pela elevação dos juros norte-americanos, mas também pela alta do dólar. Quanto mais ele se valorizar, menor é a atratividade de investimentos em outras moedas, ainda que os juros oferecidos sejam maiores.
O cenário "maligno" é aquele no qual o ajuste de portfólio "contamine" outros setores da economia e crie um círculo vicioso de saída de capital e desvalorização que estimule mais fuga de recursos. O que pode ajudar a balança a pender para esse cenário são eventuais surpresas negativas em relação à inflação nos EUA, avaliou Canuto.
O economista defendeu a decisão do Banco Central (BC) brasileiro de manter a taxa de juros na reunião do Comitê de Política Monetária encerrada na quarta-feira. "O BC é responsável pelo controle da inflação. A desvalorização recente do real não é pequena e pode ter consequências sobre os preços."

Fatores externos e internos explicam alta do d�lar, afirmam economistas

O d�lar encerrou a semana com aumento de 3,85%, vendido a R$ 3,74 e ultrapassando a barreira dos R$ 4,00 nas casas de c�mbio do Pa�s. Desde o come�o do ano, a moeda norte-americana acumula alta de 11,3%. Economistas apontam que uma combina��o de fatores internacionais, relacionados aos Estados Unidos, com preocupa��es dom�sticas, principalmente o cen�rio eleitoral, explicam a volatilidade do d�lar, com tend�ncia de alta ainda maior nas pr�ximas semanas.
Com a economia em crescimento al�m do esperado e o desemprego em baixa, os EUA devem experimentar uma infla��o acima da m�dia dos �ltimos anos, obrigando o governo a aumentar taxa b�sica de juros do pa�s para moderar os efeitos de uma press�o maior sobre os pre�os, como costuma ocorrer no Brasil quando a infla��o cresce. Atualmente, a taxa de juros dos Estados Unidos est� na faixa de 1,5% a 1,7% ao ano, mas o Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano, deve promover ainda mais duas eleva��es do �ndice at� o fim do ano.
Com taxas de juros mais altas nos EUA, investidores com capital aplicado em pa�ses emergentes, como o Brasil, podem preferir tirar recurso do Pa�s e investir em t�tulos do Tesouro norte-americano, os treasures, considerados os pap�is mais seguros do mundo. Este � um dos efeitos que fazem com que o d�lar se valorize em rela��o ao real. A menor oferta de moeda norte-americana no mercado de c�mbio nacional eleva o seu pre�o.
"Desde o ano passado, os investidores querem aproveitar melhor essa onda de alta dos juros nos EUA e est�o aplicando em treasure. Por causa disso, um aumento do d�lar j� era esperado. Nossa proje��o para o final do ano passado era um d�lar a R$ 3,45", afirma o economista-chefe da ag�ncia de classifica��o de risco Austin Rating, Alex Agostini. O rendimento do treasure, por exemplo, rompeu a barreira dos 3% nesta semana. O pr�prio BC brasileiro j� havia sinalizado essa preocupa��o ao decidir manter a taxa b�sica de juros em 6,5% ao ano, surpreendendo o mercado.
"O cen�rio externo tornou-se mais desafiador e apresentou volatilidade. A evolu��o dos riscos, em grande parte associados � normaliza��o das taxas de juros em algumas economias avan�adas, produziu ajustes nos mercados financeiros internacionais. Como resultado, houve redu��o do apetite ao risco em rela��o a economias emergentes", diz trecho de comunicado divulgado pelo Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) do BC ap�s a reuni�o da semana passada.
"Esse fen�meno de valoriza��o do d�lar frente a outras moedas est� ocorrendo em boa parte do mundo, porque os EUA est�o com uma economia mais forte e um consumo interno mais significativo. A� se acrescenta o fato de que o Fed tem falado �s claras que qualquer avan�o econ�mico mais forte pode significar uma alta da taxa de juros, nisso todo mundo acaba se preparando para injetar d�lar nos EUA, frear esse crescimento �s expensas de atra��o de mercados de capitais", destaca o professor de economia e finan�as internacionais da Escola Brasileira de Administra��o P�blica e de Empresas da Funda��o Getulio Vargas (FGV/Ebape) Istvan Kasznar.

BC vai elevar interven��o no mercado de c�mbio

Após o real perder valor pelo sexto dia seguido e o dólar fechar em alta de 1,01% na sexta-feira, a R$ 3,7369, o Banco Central anunciou que reforçará a intervenção no mercado cambial. A ação começará hoje, com a oferta de US$ 750 milhões no mercado futuro. A instituição ressalta que atuações são "discricionárias" e ocorrerão caso seja necessário.
Com a estratégia anunciada, há a expectativa de que a tendência de desvalorização do real seja amenizada, ou pelo menos haja menos volatilidade nos negócios. Em reação a esse movimento, a intervenção do BC ocorrerá com a oferta de novos contratos de swap cambial - operação no mercado futuro que equivale à venda de dólares. No leilão programado para a manhã de segunda-feira, serão oferecidos 15 mil novos contratos. O volume é três vezes maior que o visto nas ofertas diárias que vinham sendo realizadas pelo BC para renovar contratos que vencerão em junho.
Com isso, o valor ofertado pelo BC passará de US$ 250 milhões diários para US$ 750 milhões. "O BC ressalta que os montantes das ofertas adicionais de swap poderão ser revistos e se reserva o direito de realizar atuações discricionárias, caso seja necessário", afirmou a instituição.
A bolsa teve um dia de alta volatilidade na sexta-feira, e chegou a registrar uma queda de 2,67%. No final da tarde, porém, acabou se recuperando um pouco, caindo 0,65%, aos 83.081 pontos. Na semana, o índice perdeu 2,51%.
COMENTAR | CORRIGIR
Coment�rios
Seja o primeiro a comentar esta not�cia