Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

conjuntura internacional

- Publicada em 08 de Maio de 2018 às 22:35

Em crise, Argentina pede ajuda financeira ao FMI

Turbulência cambial levou dólar a 23,5 pesos; ontem caiu para 22 pesos

Turbulência cambial levou dólar a 23,5 pesos; ontem caiu para 22 pesos


/JUAN MABROMATA/AFP/JC
O presidente argentino, Mauricio Macri, anunciou no início da tarde de ontem que, devido à disparada do dólar na semana passada e às dificuldades do governo em proteger a moeda argentina de uma desvalorização ainda maior, decidiu iniciar conversas com o Fundo Monetário Internacional (FMI) "para alcançar um acordo que permita superar as turbulências cambiárias dos últimos dias". O objetivo é conseguir um empréstimo de US$ 30 bilhões. Macri disse que tomou a decisão para proteger o salário dos argentinos.
O presidente argentino, Mauricio Macri, anunciou no início da tarde de ontem que, devido à disparada do dólar na semana passada e às dificuldades do governo em proteger a moeda argentina de uma desvalorização ainda maior, decidiu iniciar conversas com o Fundo Monetário Internacional (FMI) "para alcançar um acordo que permita superar as turbulências cambiárias dos últimos dias". O objetivo é conseguir um empréstimo de US$ 30 bilhões. Macri disse que tomou a decisão para proteger o salário dos argentinos.
O dólar, que se valorizou mais de 5% antes o peso na última semana e havia começado o dia em 23,5 pesos, começou a cair logo após a transmissão. No começo da tarde já estava em 22, e o governo espera que caia ainda mais nos próximos dias. Ao explicar a razão dos últimos acontecimentos, responsabilizou o estado da economia que recebeu do kirchnerismo em 2015 e "a fragilidade de nossa moeda diante do cenário internacional em transformação".
As conversas com o FMI, explicou, teriam como objetivo "que nos outorguem uma linha de apoio financeiro". Em tom moderado, Macri disse que a conversa com Christine Lagarde, diretora-gerente do FMI, foi para pleitear uma medida preventiva e que a equipe econômica não abandonaria a linha iniciada em dezembro de 2015.
Ele fez o possível para demonstrar tranquilidade. "Ela (Christine Lagarde) nos confirmou que vamos começar hoje mesmo a trabalhar num acordo." E terminou lançando farpas a Cristina Kirchner. "Jamais vocês voltarão a ser enganados, a ser levados a acreditar em soluções mágicas, a acreditar que aquilo que te dão pode ser permanente", referindo-se aos generosos subsídios que se mantiveram durante o governo anterior.
A diretora-gerente do FMI confirmou, em nota, que iniciou discussões com o presidente Macri sobre como fortalecer a economia da Argentina, que devem ser levadas a cabo em breve. Mas a diretora não deu mais detalhes sobre o potencial empréstimo.
Na sexta-feira passada, o banco central argentino anunciou o terceiro aumento de juros em uma semana, para tentar conter a forte desvalorização do peso em relação ao dólar e a inflação, que continua acima da meta estabelecida pelo governo para 2018 de 15% -está ao redor dos 20%. Macri defendeu que o governo seguirá com sua política econômica gradualista, de não fazer ajustes bruscos.
Mesmo porque, segundo analistas, isso também seria impossível, uma vez que cerca de 37% do orçamento anual é destinado a gasto público que o governo resiste em cortar, ou porque recebe demasiada pressão por parte de sindicatos ou por medo de perder apoio político.
"O método gradualista depende de financiamento externo, e nos últimos dias, por diversas razões, as condições de financiamento externo para a Argentina se endureceram." Macri disse que confia nas decisões de sua equipe econômica. "Esta é a melhor maneira de trabalhar e vamos cumprir nossos compromissos externos e internos. Não vou fazer, como aconteceu em governos anteriores, declarações baseadas na demagogia e na mentira, estou convencido de que o caminho que tomamos vai nos levar a um melhor caminho."

Medida tem caráter preventivo, diz ministro Nicolás Dujovne

Uma hora depois do pronunciamento do presidente Mauricio Macri sobre o pedido que a Argentina fez de ajuda para o FMI, o ministro da Fazenda, Nicolás Dujovne, reforçou que o chamado a essa instituição é "preventivo". "Recebemos uma sinalização positiva do FMI, o programa que apresentamos foi aprovado. Com isso queremos dar uma sinalização de estabilidade ao mercado", afirmou.
Indagado se a crise atual se assemelharia, de alguma maneira, à de 2001 (a do "corralito" e da megadesvalorização do peso), Dujovne disse que não. "Nem o FMI é o mesmo nem a Argentina é a mesma. Ambos aprendemos de lições recebidas no passado. E repito, há apoio do FMI à nossa política gradualista."