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polos e parques tecnológicos

- Publicada em 03 de Junho de 2018 às 21:50

Soluções unem Estado, empresas e universidades

Apontada como essencial para o desenvolvimento de tecnologias inovadoras, a interação entre o poder público, a iniciativa privada e as instituições de ensino e pesquisa ganha impulso no Rio Grande do Sul. Em algumas das maiores universidades gaúchas, espaços físicos são constituídos para aproximar pesquisadores, empresas consolidadas e novos negócios - são os chamados parques tecnológicos. Quase sempre associadas aos parques estão as incubadoras, voltadas ao desenvolvimento de startups das mais diversas áreas. Também junto às universidades, o governo estadual mantém programas de incentivo a projetos focados nas questões específicas de cada região, de acordo com as áreas dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes).
Apontada como essencial para o desenvolvimento de tecnologias inovadoras, a interação entre o poder público, a iniciativa privada e as instituições de ensino e pesquisa ganha impulso no Rio Grande do Sul. Em algumas das maiores universidades gaúchas, espaços físicos são constituídos para aproximar pesquisadores, empresas consolidadas e novos negócios - são os chamados parques tecnológicos. Quase sempre associadas aos parques estão as incubadoras, voltadas ao desenvolvimento de startups das mais diversas áreas. Também junto às universidades, o governo estadual mantém programas de incentivo a projetos focados nas questões específicas de cada região, de acordo com as áreas dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes).
A muitos desses conselhos corresponde um polo tecnológico, com atuação direcionada às características da economia local. As universidades, nesse contexto, têm papel primordial - com ou sem parques tecnológicos instalados. "Os polos tecnológicos trabalham basicamente com projetos de pesquisa, realizados dentro das universidades, visando o desenvolvimento de produtos e processos que solucionem gargalos das economias regionais. Nem todos os polos tecnológicos do Estado têm parques tecnológicos", explica a diretora do Departamento de Ciência e Tecnologia da Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect), Suzana Sperry.
Além da ação localizada, a proposta dos polos também é espalhar o conhecimento gerado em cada projeto. "Não adianta pesquisar para solucionar um problema da cultura de cítricos, por exemplo, se a propriedade vizinha não abraçar (a solução) também. Trabalhamos para que as soluções sejam disseminadas, gerando benefícios", observa Suzana.
Em dezembro, 26 novos projetos foram aprovados pela Sdect, em um total de R$ 15,4 milhões, envolvendo polos tecnológicos, parques e incubadoras. Desde 2011, a fonte dos recursos é o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird), em convênio previsto para terminar na metade deste ano. "Estamos buscando maneiras de garantir a continuidade dos programas. Os projetos assinados em dezembro devem seguir por três anos, e há ainda outros em andamento", diz Suzana.
JC
JC
Atuação dos polos tecnológicos
Área dos Coredes
  1. Alto Jacuí
  2. Campanha
  3. Central
  4. Campos de Cima da Serra
  5. Centro Sul
  6. Fronteira Oeste
  7. Fronteira Noroeste
  8. Litoral Norte
  9. Médio Alto Uruguai
  10. Missões
  11. Nordeste
  12. Noroeste Colonial
  13. Norte
  14. Paranhana
  15. Produção
  16. Serra
  17. Sul Pesqueiro
  18. Sul Alimentos
  19. Sul Industrial
  20. Vale do Taquari
  21. Vale do Rio Pardo
  22. Vale do Rio dos Sinos
  23. Vale do Caí
  24. Vale do Jaguari
  25. Alto da Serra do Botucaraí
  26. Rio da Várzea
  27. Metropolitano Delta do Jacuí

Iniciativas impulsionam inovação e tecnologia na Região Metropolitana

Tartaruga diz que momento é de renovação de infraestrutura

Tartaruga diz que momento é de renovação de infraestrutura


FREDY VIEIRA/JC
Pelo menos dois novos projetos envolvendo incentivo público, iniciativa privada e saber acadêmico devem impulsionar ainda mais a indústria de tecnologia na Região Metropolitana de Porto Alegre. Um deles é a parceria firmada em abril entre a Ufrgs, a Pucrs e a Unisinos na criação da Aliança para a Inovação. A proposta, segundo as reitorias das três instituições, é desenvolver estratégias para estimular propostas de inovação e gerar novos empreendimentos de base tecnológica e startups, inclusive com a chance de atrair investimentos.
Outra iniciativa é a criação do Parque Canoas de Inovação, que deve entrar em operação no segundo semestre, no bairro Guajuviras, em Canoas. Surgido a partir de uma articulação entre um grupo de indústrias da área tecnológica e a administração do município, o ecossistema também deverá envolver cooperações com instituições como Ulbra, UniRitter e Unilasalle, mesmo sem estar fisicamente localizado dentro de uma universidade. "Nesse cluster, as empresas poderão até compartilhar equipamentos, se for o caso", diz Régis Haubert, diretor superintendente da Exatron, uma das empresas que irá se estabelecer no parque.
Novidades como essas devem contribuir para a recuperação do nível de empregos na área tecnológica no Estado. Segundo o pesquisador Iván Tartaruga, da Fundação de Economia e Estatística (FEE), 64% dos empregos em Tecnologia de Informação do mercado gaúcho se concentram em cidades como Porto Alegre, São Leopoldo, Novo Hamburgo e Caxias do Sul.
O especialista ressalta que, conforme dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do Ministério do Trabalho, o número de profissionais e técnicos de informática empregados formalmente no Rio Grande do Sul caiu de 28,7 mil em 2015 para 24,8 mil em 2016. Um ligeiro crescimento foi verificado no ano passado, de acordo com dados preliminares da Rais. "O momento atual é de renovação de infraestrutura, e isso explica esse aumento, e não necessariamente a recuperação da economia", diz Tartaruga.
 

Tecnologia mira na sociedade

Chips e circuitos não são os únicos assuntos nos parques tecnológicos gaúchos. Visando gerar benefícios à sociedade, as pesquisas também passam temas como saúde e agronegócio
À primeira vista, falar em polos e parques tecnológicos sugere projetos e empreendimentos essencialmente relacionados com a Informática e a Tecnologia da Informação. Mas muitas outras áreas estão contempladas nas iniciativas desenvolvidas nas diferentes instituições e empresas voltadas ao ramo. Agropecuária, indústria de alimentos, saúde, educação e energias alternativas, por exemplo, são outros campos beneficiados pelas pesquisas e pelos produtos desenvolvidos no ecossistema gaúcho de fomento à inovação.
Alimentos e ambiente são, por exemplo, os focos principais do Parque Científico e Tecnológico do Vale do Taquari (Tecnovates), vinculado à Univates, de Lajeado. Nos laboratórios do complexo, pesquisas de química, microbiologia e biotecnologia estão diretamente relacionadas à produção de alimentos, ao lado de outras áreas, como botânica, energias renováveis e indústria criativa. Ao todo, o parque envolve 26 negócios incubados e pré-incubados, e mais 16 empresas residentes. "No Sul do País, somos o parque com a maior concentração de equipamentos de ponta nas áreas de alimentos e ambiental", afirma a coordenadora administrativa do Tecnovates, Cíntia Agostini. Essa ênfase está relacionada, segundo ela, com o papel da universidade no contexto local. "No Vale do Taquari, 80% da economia depende, direta e indiretamente, do agronegócio e da produção de alimentos", observa Cíntia.
A saúde também tem destaque em muitos dos parques tecnológicos. Instalada no Tecnopuc, em Porto Alegre, a Toth Lifecare pesquisa e desenvolve equipamentos médicos e hospitalares, unindo tecnologia e eficiência. Um exemplo é o desfibrilador Lifeshock, produzido e distribuído em parceria com a Lifemed, que é destaque internacional pelo uso da tecnologia touchscreen. Outra inovação é um cateter de pressão intracraniana, equipado com chip eletrônico. Os dois produtos foram desenvolvidos com participação da Pucrs.
A presença em um parque tecnológico foi decisiva também para que essas inovações chegassem à sociedade. "Concorremos com marcas grandes, como Siemens e Philips. Fizemos uma aliança com um grande fabricante nacional (a LifeMed, que também está no Tecnopuc). Sozinhos não teríamos condições de competir", descreve o CEO da Toth, Eduardo Marckmann.

Polos tecnológicos, parques e incubadoras gaúchas

JC
Parques Tecnológicos
  1. Tecnopuc - PUCRS (Porto Alegre e Viamão)
  2. Zenit - UFRGS (Porto Alegre - parque virtual)
  3. Ulbratech - Ulbra (Canoas)
  4. Tecnosinos - Unisinos (São Leopoldo)
  5. Feevale Techpark - Feevale (Campo Bom e Novo Hamburgo)
  6. TecnoUCS - UCS (Caxias do Sul)
  7. Tecnovates - Univates (Lajeado)
  8. UPF Parque - UPF (Passo Fundo)
  9. TecnoURI Missões - URI (Santo ngelo)
  10. PampaTec - Unipampa (Alegrete)
  11. Santa Maria Tecnoparque - UFSM/Unifra/Ulbra/outros (Santa Maria)
  12. TecnoUnisc - Unisc (Santa Cruz do Sul)
  13. OceanTec - Furg (Rio Grande)
  14. Pelotas Parque Tecnológico - UCPel/UFPel/outros (Pelotas)
Incubadoras
  1. IECBiot - UFRGS (Porto Alegre)
  2. Hestia - UFRGS (Porto Alegre)
  3. ITCP - UFRGS (Porto Alegre)
  4. CEI - UFRGS (Porto Alegre)
  5. ITACA - UFRGS (Porto Alegre)
  6. Raiar - PUCRS (Porto Alegre)
  7. iLAB - ESPM (Porto Alegre)
  8. Ulbratech - Ulbra (Canoas)
  9. Ieitec - Simecam (Canoas)
  10. Incubatec - UniLaSalle (Canoas)
  11. Tecnosocial - UniLaSalle (Canoas)
  12. ITCientec - Cientec (Cachoeirinha)
  13. Unitec - Unisinos (São Leopoldo)
  14. Feevale Techpark - Feevale (Campo Bom e Novo Hamburgo)
  15. Itel - Fundação Liberato (Novo Hamburgo)
  16. Inovates - Univates (Lajeado)
  17. Itunisc - Unisc (Santa Cruz do Sul)
  18. Itec - UCS (Caxias do Sul)
  19. ITDesign - UCS (Caxias do Sul)
  20. INCMóvel - Senai (Bento Gonçalves)
  21. PoloSul.org - UPF (Passo Fundo)
  22. Incubatec - IMED (Passo Fundo)
  23. ITSM - UFSM (Santa Maria)
  24. Itec - Unifra (Santa Maria)
  25. URInova - URI (Santo ngelo)
  26. Criatec - Unijuí (Ijuí e Santa Rosa)
  27. Innovatio - Furg (Rio Grande)
  28. Ciemsul - UCPel (Pelotas)
  29. Conectar - UFPel (Pelotas)
Fontes: Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect) e Rede Gaúcha de Ambientes de Inovação (Reginp)

Pesquisa e indústria articulam avanços

Altus, no Tecnosinos, produz sistemas e equipamentos de automação

Altus, no Tecnosinos, produz sistemas e equipamentos de automação


FREDY VIEIRA/JC
A existência de parques tecnológicos em diferentes regiões do Rio Grande do Sul contribui para que o Estado seja um dos principais ecossistemas de inovação do País. Entre parques já consolidados e projetos em implantação, são mais de 10 iniciativas, todas voltadas à aproximação entre o conhecimento gerado dentro das universidades e as necessidades das empresas privadas e da sociedade, gerando aproximadamente 15 mil empregos diretos, segundo dados da Rede Gaúcha de Ambientes de Inovação (Reginp). "Depois de áreas como São Paulo e Florianópolis (SC), o Rio Grande do Sul está ao lado do Rio de Janeiro, de Recife (PE) e da Bahia como uma das regiões mais importantes quanto à busca de inovação", explica o presidente da Reginp, Carlos Eduardo Aranha, também gerente da Unitec, incubadora tecnológica da Unisinos, localizada no parque Tecnosinos, em São Leopoldo.
O Tecnosinos é um dos três principais parques gaúchos, ao lado do Tecnopuc (Pucrs) e do Feevale Techpark (Feevale). Grandes empresas de tecnologia, como SAP, SKA, Hewlett Packard e Dell, por exemplo, têm unidades nos parques da Unisinos e da Pucrs, ao lado de empreendimentos de diferentes portes e modelos de negócio. Nos parques, a cooperação entre indústrias e instituições de ensino se dá em diferentes formatos - desde convênios para estágios dos estudantes dentro das empresas como uso dos laboratórios acadêmicos para desenvolvimento de novos projetos.
"O fato de estar no mesmo ponto contribui muito. Podem-se fazer coisas remotamente, mas a convivência ajuda", explica Fabiano Favaro, CEO da Altus, uma das principais empresas do Tecnosinos, voltada à automação industrial. Com mais de 140 projetos de pesquisa e desenvolvimento em andamento, a Altus tem atuado em nichos como operação de plataformas de petróleo - a Petrobras é a principal cliente - e de processos do agronegócio. A presença no Tecnosinos serve de impulso tanto para a indústria como para a instituição de ensino. "Para a universidade, ter a teoria aplicada e ver as coisas acontecendo pode ser um fator para atrair novos alunos", observa Favaro.
Os parques e as incubadoras também incentivam novos negócios. A Engeltec, por exemplo, que cria soluções de automação para estacionamentos, ficou três anos dentro da incubadora Raiar, da Pucrs, e hoje está instalada no Tecnopuc, com clientes em todo o Brasil. "Quando entramos no parque, estávamos concorrendo com muitas outras empresas. Nosso plano de negócio foi avaliado por uma banca, já foi uma vitória. E estar dentro de um parque que é uma grife aumenta a confiança do cliente", diz o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da empresa, Giovani Forner.
 

Parceria proporciona lançamentos

A entrega recente de um lote de 250 desfibriladores para o Ministério da Saúde foi um dos negócios recentes da Toth. "Houve investimento público para o desenvolvimento do produto, e agora estamos equipando os hospitais. O ministério compra com benefícios", explica Eduardo Marckmann. O CEO da empresa acrescenta que a Toth deverá lançar pelo menos dois novos produtos no segundo semestre: um monitor com conectividade, capaz de enviar dados diretamente para o sistema dos hospitais, e um termômetro vestível (wearable) para crianças até quatro anos.