O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa deixou, nesta quinta-feira, a primeira reunião com o comando nacional do PSB colocando em dúvida a possibilidade de disputar a sucessão presidencial. Em entrevista à imprensa, ele citou dificuldades para assumir a função, como resistências em alianças regionais, problemas pessoais e o seu incômodo com o assédio da imprensa. "Há dificuldade dos dois lados. O partido tem a sua história e as suas dificuldades regionais. E, do meu lado, eu tenho as minhas dificuldades de ordem pessoal. Não consegui ainda convencer a mim mesmo de que devo ser candidato", disse.
Ele ressaltou ainda que é um homem de vida discreta e quieta. "Faz quase quatro anos que eu saí da Suprema Corte. Vocês ouviram falar de mim?", questionou. O discurso de Barbosa gerou dúvidas junto ao comando nacional do PSB, que tinha segurança de que ele se filiou à sigla com o propósito único de se lançar candidato presidencial.
Hoje, o nome de Barbosa enfrenta resistência junto a dirigentes do partido do Nordeste e do Sudeste. Em São Paulo, o governador Márcio França defende abertamente o apoio a Geraldo Alckmin, do PSDB.
No Nordeste, candidatos a governo preferem que o PSB faça uma aliança com o PT, que tem maior força eleitoral na região.
O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, reconheceu que há dificuldades em alianças regionais, mas que isso pode ser superado. Ele lembrou que, em 2002, o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho sofreu mais resistência que Barbosa ao se filiar ao PSB. E, mesmo assim, acabou tendo o apoio da legenda para a sucessão presidencial.
Ele descartou a possibilidade de Barbosa ser candidato a vice na chapa de Ciro Gomes (PDT) ou de Marina Silva (Rede).