Sob gritos de "Lula Livre", sete partidos de esquerda lançaram, na manhã de ontem, um manifesto pela "democracia, soberania nacional e direitos do povo brasileiro".
Embora o ato não signifique uma aliança no primeiro turno da eleição presidencial, a tendência é que o bloco formado por PT, PDT, PSB, PCdoB, PSOL, PCB e PCO se transforme em uma frente no segundo turno contra o que hoje declararam inimigo em comum: o crescimento da direita.
Em evento na Câmara dos Deputados, os partidos apresentaram um documento em que condenam a retirada de direitos sociais, o crescimento da intolerância e da violência - e citam como exemplo o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, além do ataque à caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Paraná -, a reforma trabalhista e pregam a defesa do patrimônio nacional, referindo-se mais especificamente à tentativa do governo Michel Temer (PMDB) de privatizar a Eletrobras.
O presidente do PDT, Carlos Lupi, criticou a celeridade com que a Justiça decretou a prisão do ex-presidente Lula, atacou o Judiciário por "novelizar sentenças e condenar inocentes" e disse que os partidos querem uma democracia em que a Constituição seja obedecida.