Os procuradores da Operação Lava Jato reagiram, nesta quinta-feira, às acusações do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que, no plenário da corte, na quarta-feira, afirmou que "a corrupção chegou ao Ministério Público Federal (MPF)". Mendes citou o ex-procurador Marcelo Miller, envolvido no caso JBS, e também Diogo Castor, que integra a força-tarefa da Lava Jato no Paraná.
Em nota, a Lava Jato do MPF se disse "surpreendida" e atribuiu a Mendes "absoluta falta de seriedade". "Lançou contra o procurador da República Diogo Castor de Mattos notícias antigas e falsas a respeito do comportamento deste na Operação Lava Jato", diz o texto. "A fala do ministro Gilmar Mendes desbordou o equilíbrio e responsabilidade exigidos pelo seu cargo", afirmam os procuradores da Lava Jato.
A Lava Jato dá o troco e faz menção a um polêmico capítulo do ministro - sua proximidade com o empresário Jacob Barata Filho, o chamado "Rei do Ônibus", alvo da Lava Jato no Rio de Janeiro.
"Como se pode ver, o procurador da República Diogo Castor de Mattos, na força-tarefa Lava Jato, não atuou na investigação de João Santana (marqueteiro em campanhas do PT) por decisão própria, indo além das exigências éticas e legais da magistratura, comportamento esse que o próprio ministro Gilmar Mendes não observou quanto ao seu impedimento em medidas judiciais relativas ao investigado Jacob Barata Filho."