A Justiça Federal em São Paulo negou ontem o pedido para que o engenheiro Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, respondesse em liberdade o processo em que é acusado de ter desviado R$ 7,7 milhões da Dersa, empresa do governo paulista que cuida de infraestrutura rodoviária.
Souza foi preso na última sexta-feira sob acusação de ameaçar uma das delatoras de desvios no Rodoanel Sul. Em outras investigações, ele é acusado de ser arrecadador de propina para o PSDB, o que nega.
A juíza Maria Isabel do Prado, da 5ª Vara Federal de São Paulo, disse na decisão que "a manutenção da prisão não apenas é necessária em proteção da ré colaboradora, mas também para preservação do livre e espontâneo depoimento das 17 testemunhas arroladas pela acusação".
Segundo a juíza, "existem indícios de que a liberdade dos réus ameaça a instrução da ação penal". Ela também negou que a prisão preventiva seja substituída por medidas cautelares menos graves, como a prisão domiciliar.
No processo que resultou na prisão dele, os procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato em São Paulo acusam Souza de ter desviado R$ 7,7 milhões entre 2009 e 2011 das obras do Rodoanel Sul, construído durante os governos dos tucanos José Serra, Alberto Goldman e Geraldo Alckmin.