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Porto Alegre, segunda-feira, 09 de abril de 2018.

Jornal do Com�rcio

Pol�tica

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Opera��o Lava Jato

Not�cia da edi��o impressa de 09/04/2018. Alterada em 08/04 �s 22h42min

Lula se entrega 50 horas ap�s decretada pris�o

Lula chegou � Superintend�ncia da PF do Paran� de helic�ptero

Lula chegou � Superintend�ncia da PF do Paran� de helic�ptero


/HEULER ANDREY/AFP/JC
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se entregou à Polícia Federal (PF) quase 50 horas após decretada sua prisão, para início de cumprimento da pena de 12 anos e 1 mês, em regime fechado, por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá (SP).
Com o mandado expedido às 17h50min da quinta-feira, pelo juiz federal Sérgio Moro, a Polícia Federal buscou o petista no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo. Eram 18h46min do sábado, quando o petista deixou o prédio onde permaneceu por dois dias, desde que soube da ordem judicial.
Caminhando, seguiu para uma gráfica onde entrou em uma viatura preta descaracterizada. Ele só se entregou à PF após a segunda tentativa de saída do sindicato. Na primeira vez, foi impedido pela militância que chegou a quebrar o portão para impedi-lo.
Homens do Comando de Operações Táticas, o batalhão de elite da PF, o levaram para a Superintendência da PF em São Paulo, para fazer para fazer exame de corpo de delito. Os médicos que examinaram Lula não constataram nenhuma lesão no ex-presidente.
Após realizar o exame, Lula seguiu de helicóptero em direção ao aeroporto de Congonhas. Às 20h46min de sábado, Lula seguiu em um avião de pequeno porte com destino a Curitiba.
A mais emblemática prisão - das 227 - decretada por Moro nos quatro anos de Lava Jato foi o ponto final do processo do triplex, em que o ex-presidente foi condenado por ter recebido R$ 3,2 milhões em propinas da OAS em reformas e equipamentos no imóvel, que, segundo a acusação, seria propriedade oculta do petista.
Condenado no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), a segunda instância da Lava Jato, em dia 24 de janeiro, a corte determinou a execução provisória da pena, assim que esgotados os recursos na Corte - o que ocorreu em 26 de março. O cumprimento da ordem, no entanto, ficou suspenso até 5 de abril, por força de habeas corpus movido pela defesa do ex-presidente no Supremo Tribunal Federal (STF). Com sua rejeição, foi dado o "cumpra-se" para a PF.
Por força da "dignidade do cargo que ocupou", o juiz da Lava Jatou deu 24 horas para o ex-presidente se entregar voluntariamente em Curitiba.
Vencido o prazo, às 17h01min da sexta-feira, a PF tinha em mãos a ordem para cumprir o decreto no momento que entendesse oportuno, caso o petista não honrasse o acordado nas tratativas abertas na véspera da rendição. Não o fez.
Por intermédio do superintendente da PF em São Paulo, Disney Rossetti, os emissários de Lula - o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo (PT), o deputado Wadih Damous (PT) e o ex-deputado Sigmaringa Seixas (PT) - iniciaram tratativas com o comando da polícia do Paraná para a rendição.
O superintendente do Paraná, Maurício Valeixo, e o chefe da Lava Jato, Igor Romário de Paula, discutiram os termos da rendição, seguindo tratativas até pelo menos as 21h da quinta. O dia terminou com a definição de que o condenado se entregaria, sob condições que terminariam de ser "ajustadas" na manhã de sábado.
A principal delas, aceita pela polícia: que participasse da missa pela ex-primeira-dama Marisa Letícia, que morreu em fevereiro de 2017, marcada para as 9h30min de sábado, e o direito de fazer seu último discurso.
Em sua fala, feita em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos, o petista atacou o suposto "sonho" da Lava Jato e de órgãos da imprensa de ver a "foto de Lula preso". Segundo ele, "tanto o TRF-4, quanto o Moro, a Lava Jato e a Globo" têm como "sonho de consumo" que "Lula não possa ser candidato a presidente da República em 2018" e "a fotografia do Lula preso". O petista também disse aos apoiadores que eles deveriam continuar a fazer política, tornando-se "novos Lulas".
Após o discurso, o ex-presidente voltou para o interior do prédio pela porta principal, carregado pelos manifestantes. Depois disso, os militantes impediram, por mais de duas horas, que Lula deixasse a sede do sindicato. Às 17h, Lula chegou a entrar em um automóvel, mas foi impedido de sair. Depois de alguns minutos, o ex-presidente saiu do carro e, abraçado e ouvindo gritos de seu nome, sorriu ao entrar de volta para o sindicato.
Em uma sala da diretoria, Lula aguardou até que dirigentes encontrassem uma saída. A cúpula do PT e os advogados de Lula temiam que o atraso complicasse a situação do ex-presidente inclusive em outros processos.
Já em Curitiba, a sala em que Lula está é bem diferente de uma cela: é um dormitório simples, com banheiro próprio, pia, vaso sanitário, uma cama com colchão e um armário embutido - de 15 metros quadrados. Em sua primeira noite preso, no sábado, o ex-presidente Lula "dormiu tranquilamente e não foi maltratado pelos agentes do local", segundo nota do PT.
No domingo, Lula tomou o café da manhã, com pão e manteiga e, no jantar, segundo o motorista do veículo que trouxe a alimentação, teve carne assada, arroz, feijão, chuchu e macarrão, além de suco de laranja, mesmo cardápio dos demais presos.
Moro também autorizou a instalação de uma televisão de sinal aberto, onde o ex-presidente pôde assistir à final do Campeonato Paulista 2018, em que o Corinthians, time de Lula, venceu o Palmeiras.

Ex-presidente ainda enfrenta mais sete processos, dois deles sob os cuidados de Moro

Al�m da condena��o no caso triplex, na Opera��o Lava Jato, que levou Lula � pris�o para cumprir a senten�a de 12 anos e um m�s, o petista ainda enfrenta outras sete a��es penais e uma den�ncia da Procuradoria.
Na Lava Jato, Lula � r�u duas vezes, na Vara do juiz S�rgio Moro. Em uma das a��es, responde por suposta propina de R$ 12,5 milh�es da Odebrecht - o valor � referente a um terreno em S�o Paulo onde, segundo delatores, seria sediado o Instituto Lula, e im�vel vizinho ao seu apartamento em S�o Bernardo do Campo.
Assim como o triplex, a for�a-tarefa afirma que os im�veis foram comprados por "laranjas" e custeados pela empreiteira. Lula enfretna a��o em que � acusado de receber das empreiteiras OAS, Odebrecht e Schahin vantagens de R$ 1,1 milh�o por meio de reformas no S�tio Santa B�rbara, que frequentou diversas vezes, em Atibaia, e est� em nome de Fernando Bittar, do filho de seu correligion�rio e ex-prefeito de Campinas, Jac� Bittar (PSB).
Na 10� Vara Federal em Bras�lia, tramitam outros cinco processos contra Lula relacionados �s opera��es Janus, Lava Jato e Zelotes. Em processo que responde por obstru��o de Justi�a, o Minist�rio P�blico Federal (MPF) pediu a absolvi��o do ex-presidente. O caso � derivado da dela��o do ex-senador Delc�dio do Amaral, que relatou as autoridades suposta compra do sil�ncio do diretor da �rea Internacional da Petrobr�s, Nestor Cerver�, a mando do petista.
No �mbito da Opera��o Janus, Lula � r�u por corrup��o, lavagem de dinheiro, organiza��o criminosa e tr�fico de influ�ncia por supostamente ter recebido valores da Odebrecht por meio de uma empresa do sobrinho de sua ex-mulher, Taiguara Rodrigues.
Lula responde a outros dois processos relacionados � Zelotes. Um � sobre suposta aceita��o de promessa de vantagem indevida de R$ 6 milh�es para favorecer montadoras na edi��o da medida provis�ria 471, de novembro de 2009.
J� o processo sobre suposto tr�fico de influ�ncia e corrup��o na compra dos ca�as Grippen estava paralisado para cumprimento de cartas rogat�rias, quando � necess�rio ouvir pessoas fora do Pa�s ou em localidades fora de Bras�lia, e deve ter seus interrogat�rios realizados em fevereiro.
A previs�o � que em mar�o o caso esteja concluso para senten�a do juiz Vallisney de Souza Oliveira.�
Em outra den�ncia, Lula e companheiros de partido, como o ex-ministro e candidato a delator Ant�nio Palocci, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), entre outros, s�o acusados por formarem suposta 'organiza��o criminosa'. Apelidado de 'Quadrilh�o do PT', o caso foi denunciado pelo ex-procurador-geral da Rep�blica Rodrigo Janot em 2017. A den�ncia acusa recebimento de R$ 1,48 bilh�o em propinas pelos petistas, no esquema de desvios na Petrobras.
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