O PDT foi o primeiro partido a definir o candidato a vice para o governo estadual. Cláudio Bier se filiou ao PV na quinta-feira à tarde, em evento no plenarinho da Assembleia Legislativa de Porto Alegre, para compor a chapa de Jairo Jorge (PDT).
Bier é presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas Agrícolas do Rio Grande do Sul (Simers) e vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs). O empresário disse que acredita "não levar muito jeito" para a política, mas que sempre criticou empresários e ele mesmo por não participar dela. "Achávamos que políticos eram maus políticos, mas não saíamos da nossa área de conforto", disse. Para Bier, a classe empresarial tem muito a contribuir para política por seu caráter administrador.
A nova chapa assumiu um compromisso de desburocratização e de redução da carga tributária em seu discurso, como garantiu Jairo. "Quando uma empresa tem mais condições de trabalhar, ela traz mais resultados ao governo", apontou Bier. O empresário ainda disse que "vamos seguir o que o governador (José Ivo) Sartori (PMDB) está fazendo de bom", quando perguntado sobre o Regime de Recuperação Fiscal.
A vontade do PDT é de construir uma "chapa majoritária" para a disputa do Estado, como colocou Jairo Jorge, que declarou "querer muito uma aliança com o PSB", dizendo ter se reunido com o presidente estadual do partido, o deputado federal José Stédile.
O PDT abriria mão de candidaturas próprias para o Senado para fechar essa aliança: "estive ontem também com o (ex-prefeito da Capital José) Fotunati (PSB) e com o Beto Albuquerque (PSB) e externei que nós abríamos a possibilidade de os dois serem candidatos a nossa legenda a senador", disse Jairo Jorge.
Na expectativa de formar uma grande coligação, Jairo Jorge ainda citou partidos como o SD, PSC, PRB e PR. "Com um conjunto de forças políticas, nós temos condições, sim, de criar um novo caminho para o Rio Grande do Sul".
Outro político que oficializou sua candidatura ao PV foi o filho de Bier, Mano Changes, que, até então, estava no PP. O vocalista do Comunidade Nin-Jitsu e ex-deputado estadual de dois mandatos disse que se decepcionou. "A direita no Brasil ficou muito conservadora - ao mesmo tempo que você tem conceitos liberais e de eficiência, você tem uma prática, às vezes, racista, sexista, e cansei disso."