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Porto Alegre, terça-feira, 03 de abril de 2018.

Jornal do Comércio

Opinião

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Notícia da edição impressa de 03/04/2018. Alterada em 02/04 às 21h31min

A insustentável marca do relho

Adeli Sell
No Rio Grande do Sul, criaram-se vários símbolos por lei, afinal é preciso positivar quando falta o bom costume, coisas mal herdadas. Estão na lei o cavalo crioulo, o brinco-de-princesa, a macela, o quero-quero, a erva mate, o chimarrão e o churrasco. São leis que não servem para nada, nada de modelo para um(a) gaúcho(a), que dirá servir de modelo para toda a Terra. Mas estas coisas são apenas perda de tempo dos parlamentares. Em vez de levantar a voz contra o autoritarismo, a tecnocracia, a centralização dos impostos - tudo sob comando do Planalto Central - ficam criando leis inócuas. O relho, o chicote, a chibata, o mango não eram símbolos até agora. Não havia ainda um babaca para soprar esta genialidade para outro babaca até agora.
Mas o relho, com sua insustentável marca, virou símbolo do atraso, da covardia, da neurastenia impotente, como leio em Freud. No artigo 32 da Lei dos Crimes Ambientais "ferir animais" é crime. Os humanos também são animais, diferente dos nossos queridos quero-quero e cavalo crioulo, mas os covardes não distinguem nada no mundo real, eles só veem o seu mundo, irreal, enfadonho, do atraso, do conservadorismo, do ódio e do rancor. De nada adianta este ser bizarro ter um trator computadorizado, ele monta o crioulo, usando esporas e relho no pobre animal, como agora usa contra mulheres. Não é de graça que algumas músicas gaudérias falam o que falam da morocha, esta guria mestiça, como uma égua fosse, que se palanqueia. Disse-me alguém um dia que "o golpe do chicote deixa marcas na carne; mas o golpe da língua quebra os ossos".
Não. Estes golpes de relhos em Bagé, Passo Fundo e por aí afora são golpes que deixam marcas na carne, quebram os ossos, roubam a alma da dignidade da pessoa. E aí me pergunto onde estão os guardiões da lei. Tem Ministério Público nestas Comarcas. Será que têm janelas para a vida e os ataques contra ela? Meu grito de nojo e de revolta contra tudo o que for opressivo, machista e conservador. Viva a liberdade, a fraternidade, a igualdade, a dignidade e a democracia. Vocês não vão vencer!
Vereador de Porto Alegre (PT)
 
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Comentários
Elton dos Santos Gregory 03/04/2018 07h06min
Ilustre edil Aleli Sell, falaste que as marcas quebram os ossos e que envergonha a nossa terra. Aquele que o edil se refere, o que se disse agredido por relho, fez à população, desviando verbas, financiando obras no exterior em detrimento as nacionais, recebendo pagamentos indevidos, ainda que a serem provados, ocasionaram também marcas na população. Veja os hospitais, as escolas, os transportes públicos entre outras opções. Isto sim são marcas ou ossos quebrados, que não se terminam com o tempo