A Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq) afirmou, nesta quinta-feira, que sua análise da substância usada no envenenamento do ex-espião russo Sergei Skripal confirma a tese britânica sobre o caso. No entanto, não citou nominalmente Moscou, acusada por Londres de ser a responsável pela ação.
Segundo a Opaq, as análises de laboratório "confirmam as descobertas do Reino Unido a respeito da identidade do químico tóxico que foi usado no ataque em Salisbury que deixou pessoas feridas com gravidade". Além de Skripal, sua filha Yulia também foi envenenada, mas já está se recuperando.
A organização disse, ainda, que a substância usada tinha "grande pureza", mas não especificou onde e como ela foi produzida. Informações mais detalhadas, como o nome do agente neurotóxico usado, também não foram divulgadas, e fazem parte apenas de um relatório confidencial que a Opaq não vai disponibilizar publicamente.
Pouco depois do ataque, a primeira-ministra britânica, Theresa May, afirmou que o gás usado contra Skripal pertencia ao grupo Novichok, um tipo de arma química militar russa fabricada apenas nos laboratórios do país. Para Georgy Kalamanov, vice-ministro de Indústria e Comércio russo, a análise feita pela Opaq mostra que é impossível comprovar que a substância tem como origem a Rússia. Ele pediu que Londres apresente provas da participação de Moscou.
Já o ministro das Relações Exteriores britânico, Boris Johnnson, disse que o documento só confirma o envolvimento de Moscou. Ele pediu a convocação de uma reunião de emergência da Opaq para 18 de abril para discutir os próximos passos.