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- Publicada em 18 de Abril de 2018 às 22:08

Jovens querem voltar a viver na Casa do Estudante

Sem ter para onde ir, estudantes promoveram manifestação na Casa de Estudante Universitário

Sem ter para onde ir, estudantes promoveram manifestação na Casa de Estudante Universitário


/MARIANA CARLESSO/JC
Suzy Scarton
Um grupo de estudantes protestou na quarta-feira passada, em frente à Casa do Estudante Universitário Aparício Cora de Almeida (Ceuaca), na rua Riachuelo, 1.355, em Porto Alegre. O motivo da manifestação é o cumprimento de um acordo, feito em 2014, que envolveria a saída de estudantes para que a casa passasse por reformas. Depois que os trabalhos fossem concluídos, o local seria reaberto aos alunos, algo que não aconteceu até hoje. Nenhuma reforma foi iniciada, e o governo do Estado, inclusive, alega que o local se tornou "objeto de tratativas de cessão de uso" para a prefeitura da Capital.
Um grupo de estudantes protestou na quarta-feira passada, em frente à Casa do Estudante Universitário Aparício Cora de Almeida (Ceuaca), na rua Riachuelo, 1.355, em Porto Alegre. O motivo da manifestação é o cumprimento de um acordo, feito em 2014, que envolveria a saída de estudantes para que a casa passasse por reformas. Depois que os trabalhos fossem concluídos, o local seria reaberto aos alunos, algo que não aconteceu até hoje. Nenhuma reforma foi iniciada, e o governo do Estado, inclusive, alega que o local se tornou "objeto de tratativas de cessão de uso" para a prefeitura da Capital.
A Casa do Estudante foi doada pelos proprietários a estudantes em 1935, com o objetivo de que servisse de abrigo para jovens com vulnerabilidade social e oriundos de outras cidades que chegassem a Porto Alegre a fim de estudar. O acordo feito em 2014 incluía a devolução do espaço depois que a reforma fosse concluída. Desde que a casa foi desabitada, os estudantes - tanto os que já estavam no local como aqueles que chegaram depois - passaram a receber um aluguel social e foram transferidos para outros imóveis do Estado. Em janeiro de 2016, a então secretária adjunta da Justiça e dos Direitos Humanos, Maria Elizabeth Pereira, informou que a interdição ocorreu por falta de segurança e que seriam definidos os reparos necessários na edificação. Até agora, no entanto, a reforma não foi iniciada.
De acordo com a Secretaria Estadual de Educação, uma ação, ajuizada pelo Ministério Público (MP-RS) neste ano, acordou que os alunos teriam até junho para permanecer nos imóveis bancados pelo Estado. A Seduc se limitou, apenas, a confirmar que o apoio se encerra em junho, sem mais explicações. Há, também, algumas ordens de despejo contra os estudantes - de acordo com a pasta, os autores são vizinhos e donos dos imóveis, que alegam excesso de barulho e dano ao patrimônio.
Os estudantes, no entanto, acreditam que as ordens de despejo estejam chegando devido à falta de pagamento do aluguel pelo Estado, de cerca de R$ 1,5 mil. Os alunos dizem que não têm para onde ir.
O estudante de Sistemas de Internet do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), Thomas Maciel da Silva, de 26 anos, acredita que o não pagamento do aluguel seja um reflexo do descaso do governo de José Ivo Sartori. "Estamos nos mobilizando para dar visibilidade à causa. Vamos recorrer por via jurídica para que o Estado cumpra o acordo", cita. Hoje, cerca de 40 estudantes, de diversas universidades, dependem do aluguel social - entre eles, vários estrangeiros. Os apartamentos ficam espalhados pela cidade - há moradores na Borges de Medeiros, na Marechal Floriano e na Demétrio Ribeiro, por exemplo. Por enquanto, somente estudantes que moram em um prédio na rua Vasco Alves receberam a ordem de despejo.
No ano passado, o MP-RS recebeu o governo estadual para tratar da questão da reforma. Alegando que, constitucionalmente, a obrigação do Estado não é para com estudantes universitários, e sim para com estudantes dos ensinos Fundamental e Médio, não haveria interesse na reforma - até porque o governo também afirma não ter recursos. "Como alternativa, sugeri que a propriedade da casa fosse cedida a uma instituição de estudantes e que, a partir daí, eles buscassem recursos. O Estado concordou com a ideia, mas não houve interesse dos estudantes - o advogado que os representava afirmou que eles não teriam meios para buscar esses recursos", conta o promotor de Justiça de Habitação e Defesa da Ordem Urbanística Cláudio Ari Mello.
De lá para cá, não houve novidade a respeito da reforma junto à Promotoria. Para o promotor, o entendimento do Estado de que não há obrigação de apoiar financeiramente alunos de Ensino Superior também poderia justificar a decisão de suspender o pagamento do aluguel social.
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