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Economia

- Publicada em 25 de Abril de 2018 às 22:38

Franco defende privatizações e orçamento 'realista' no País

Economista Gustavo Franco participou do Tá na Mesa da Federasul

Economista Gustavo Franco participou do Tá na Mesa da Federasul


/FREDY VIEIRA/JC
Guilherme Daroit
Principal expoente do campo econômico do Partido Novo, ao qual se filiou no ano passado, o economista Gustavo Franco entende que o atual governo gerou as bases para que "algo mais ambicioso" seja feito por quem vencer as eleições deste ano. Até hoje associado ao Plano Real, do qual foi um dos idealizadores, Franco defende medidas como as privatizações, a redução no custo do capital e a criação de um orçamento transparente e com contrapartida nas despesas e receitas.
Principal expoente do campo econômico do Partido Novo, ao qual se filiou no ano passado, o economista Gustavo Franco entende que o atual governo gerou as bases para que "algo mais ambicioso" seja feito por quem vencer as eleições deste ano. Até hoje associado ao Plano Real, do qual foi um dos idealizadores, Franco defende medidas como as privatizações, a redução no custo do capital e a criação de um orçamento transparente e com contrapartida nas despesas e receitas.
"Quando falamos em privatizar tudo, significa cogitar a privatização de tudo, porque não há regra que diga que não se possa mexer em determinada área", argumenta Franco, que foi o palestrante de ontem no Tá na Mesa, da Federasul, que cita a venda de estatais como forma de diminuir o endividamento público. O economista faz a ressalva, porém, de que nem todas as empresas públicas possuem valor de venda, e que os casos precisam ser estudados um a um. "São um patrimônio nosso, e se for vender para fazer caixa, tem que ser feito da melhor forma possível", completa.
Sobre o exemplo da Eletrobras, cuja privatização se tornou uma das prioridades do governo Michel Temer, Franco sustenta que possui pontos positivos, como a troca de comando feita por diluição - o objetivo é emitir novas ações e colocá-las no mercado, diluindo, portanto, a participação atual da União no capital social da empresa. "A diluição vai ser útil até para ver como vai funcionar, porque no futuro pode ser utilizado em uma venda do Banco do Brasil, por exemplo", defende.
O economista elogiou, ainda, e equipe econômica de Temer, argumentando que, embora a recuperação esteja sendo lenta, teria eliminado excessos e preparado o terreno para mudanças mais radicais caso o próximo governo assim o queira. "Foi certamente muito difícil tocar a economia com um governo provisório, de baixa popularidade. Era para ter sido um caos, e só não foi porque a equipe, tecnicamente, é muito boa", sustentou Franco.
Esse passo seguinte, nas ideias defendidas por seu partido, inclui um novo modelo orçamentário que garantiria mais transparência e maior responsabilidade fiscal. Uma das críticas é o fato de que os orçamentos autorizam as despesas a partir de estimativas de receita que muitas vezes não seriam realistas. "Não vejo problema com um orçamento em que toda despesa seja obrigatória, desde que tenha contrapartida na receita, já nasça equilibrado", afirma Franco. Com maior transparência, o economista sustenta que se tornaria possível dar um "segundo passo" na Lei de Responsabilidade Fiscal, que, para além dos limites de endividamento e comprometimento com salários, "regulasse o nascimento dos gastos".
Questionado sobre o aumento da desigualdade, Franco relativizou a importância do fator, com o argumento de que a distância entre ricos e pobres aumenta quando surgem empresários muito ricos e que o Estado não deveria reprimir o sucesso. "A desigualdade não é um problema em si, mas sim a pobreza. A prioridade tem de ser o combate à pobreza", defende. Franco valorizou o exemplo do Bolsa-Família, que classificou como um programa barato e eficiente para esse propósito, em contraponto aos prejuízos anunciados, por exemplo, no Financiamento Estudantil (Fies), para citar que, apesar disso, programas sociais podem ter impactos distintos.
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