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Economia

- Publicada em 18 de Abril de 2018 às 21:57

Dívida pública do Brasil deve chegar a 90% do PIB em 2019

Aceleração do endividamento preocupa o FMI, que pediu maior agilidade nas reformas, segundo Gaspar

Aceleração do endividamento preocupa o FMI, que pediu maior agilidade nas reformas, segundo Gaspar


/BRENDAN SMIALOWSKI/AFP/JC
Em relatório sobre o estado da política fiscal pelo mundo, o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a dívida bruta do governo do Brasil deve bater os 90% do PIB no ano que vem, e chegar a quase 100% até 2023. No ano passado, esse percentual foi de 84%. É um dos maiores patamares de dívida entre as economias emergentes do mundo, e comparável ao de países desenvolvidos. Na América Latina, por exemplo, a média é de 61%. O percentual fica na casa dos 50% na Argentina e na Colômbia, e não passa de 23% no Chile.
Em relatório sobre o estado da política fiscal pelo mundo, o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a dívida bruta do governo do Brasil deve bater os 90% do PIB no ano que vem, e chegar a quase 100% até 2023. No ano passado, esse percentual foi de 84%. É um dos maiores patamares de dívida entre as economias emergentes do mundo, e comparável ao de países desenvolvidos. Na América Latina, por exemplo, a média é de 61%. O percentual fica na casa dos 50% na Argentina e na Colômbia, e não passa de 23% no Chile.
"São níveis que, no passado, estiveram associados a crises fiscais", comenta o economista Vitor Gaspar, diretor do Departamento de Assuntos Fiscais do FMI. "A dívida média só foi maior durante os anos 1980, que ganharam o título de 'década perdida' na América Latina." A proporção da dívida pública brasileira preocupa o FMI, que pediu a aceleração das reformas e do ajuste fiscal do País no documento Fiscal Monitor, lançado ontem. "Dada a força de sua recuperação econômica, o Brasil deveria acelerar o passo da consolidação e estimular o esforço fiscal", informa o relatório.
O órgão aumentou, nesta semana, a previsão de crescimento do Brasil para 2,3% em 2018, destacando a recuperação dos investimentos no País. Para o FMI, mesmo com a recente alta nos preços das commodities, países exportadores de bens agrícolas como o Brasil deveriam aproveitar o momento para alinhar os gastos públicos com perspectivas de receita mais modestas. No documento, o FMI elogia a queda do déficit orçamentário em 2017, e cita a aprovação do teto de gastos proposto pelo governo de Michel Temer (PMDB), que deve reduzir o gasto público em 0,5% do PIB a partir de 2019. Mas, para o fundo, ainda é preciso aprovar a reforma da Previdência, que pode gerar economia de até 9,5% do PIB ao longo da próxima década.
"Não existe espaço para a complacência", afirma Gaspar. No atual cenário de crescimento global, o FMI recomenda que todos os países façam algum tipo de ajuste fiscal, cortando gastos improdutivos e formando poupanças para políticas anticíclicas em crises futuras. "Ninguém pode prever com precisão os altos e baixos da economia de um país. Governos bem-sucedidos são aqueles que se preparam para as tempestades no horizonte", comenta o diretor do órgão.
O FMI faz ainda um alerta especial aos Estados Unidos, onde o governo de Donald Trump vem aumentando os gastos públicos e fez um extensivo corte de impostos no final do ano passado. De acordo com o relatório, acelerar o gasto público em um momento de expansão econômica (o país deve crescer 2,9% neste ano) corre o risco de gerar pressão inflacionária e aumentar a dívida pública.
Não por acaso, o Global Financial Stability Report, também divulgado pelo FMI nesta quarta, destaca o risco de volatilidades em função da "considerável expansão fiscal dos EUA". Segundo o documento, há um "caminho acidentado" pela frente, ao qual os bancos centrais devem reagir se necessário, com ajustes na política monetária.
 
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