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Porto Alegre, quinta-feira, 12 de abril de 2018.

Jornal do Comércio

Economia

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Pesquisa

Notícia da edição impressa de 12/04/2018. Alterada em 11/04 às 21h08min

Renda dos mais pobres caiu 38% no ano passado

No ano de 2017, o Brasil ainda tinha até 5% da população trabalhadora com rendimento médio mensal de apenas R$ 47,00. Os dados foram compilados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnadc) e divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado representa, ainda, uma queda drástica em relação aos R$ 76,00 recebidos no ano anterior, o equivalente a uma redução de 38%.
A queda reflete a situação do mercado de trabalho no País, com o fechamento de vagas com carteira assinada. Também caiu a renda média dos trabalhadores que estão entre o 1% mais rico, que passou de R$ 28.040,00 para R$ 27.213,00.
Ao mesmo tempo, houve queda no percentual de domicílios beneficiados pelo Programa Bolsa Família, que passou de uma fatia de 14,3%, em 2016, para 13,7% em 2017. Apesar da queda, as regiões Norte (25,8%) e Nordeste (28,4%) permaneceram com maiores percentuais de beneficiários. Os domicílios que recebiam o Bolsa Família tinham renda média mensal real per capita de apenas R$ 324,00 no ano passado. Nos lares que não possuíam necessidade do benefício de transferência de renda do governo, o rendimento médio por habitante subia a R$ 1.489,00.
Em 2017, 60,2% da população brasileira, ou 124,6 milhões de pessoas, tinham algum tipo de rendimento, sendo 41,9% (86,8 milhões de indivíduos) provenientes de todos os trabalhos e 24,1% (50,0 milhões) originários de outras fontes. A pesquisa detectou que, com a crise, aumentou a participação de outras fontes, além do trabalho, na renda dos brasileiros. A fatia referente a rendimentos obtidos com trabalhos caiu de 74,8% para 73,8%. Com relação a 2016, o número de brasileiros que recebeu rendimentos de todos os trabalhos caiu 0,4%, de 87,095 milhões para 86,785 milhões. Já os que têm outras fontes de renda cresceu 1,3%, de 49,314 milhões para 49,957 milhões.
Entre os rendimentos de outras fontes, os mais frequentes eram aposentadoria ou pensão, recebidos por 14,1% da população com alguma renda, seguidos por pensão alimentícia, doação ou mesada de não morador (2,4%); aluguel e arrendamento (1,9%); e outros rendimentos (7,5%), categoria que inclui seguro-desemprego, programas de transferência de renda (como o Bolsa Família) e poupança.
O rendimento médio de todas as fontes foi de R$ 2.112,00 em 2017. O rendimento médio real efetivo de todos os trabalhos alcançou R$ 2.237,00, enquanto a renda média mensal real apenas de outras fontes foi de R$ 1.382,00. A renda média obtida por aposentadoria ou pensão foi de R$ 1.750,00.

Desigualdade cai no Sudeste e cresce nas demais regiões do Brasil, diz IBGE

A pesquisa verificou estabilidade na desigualdade de renda no Brasil. Assim como no ano anterior, os 10% mais ricos concentraram, em 2017, 43% da massa de rendimentos do País, que somou R$ 263 bilhões. A diferença salarial entre o 1% mais rico e os 50% mais pobres foi de 36,1%, estável em relação aos 36,3% verificados em 2016.
O País fechou o ano passado com o índice de Gini - principal medida da desigualdade de renda - estável. O rendimento médio mensal real domiciliar per capita ficou em 0,549, praticamente igual ao de 2016, e, mesmo com variação pequena em 2017, o indicador subiu em todas as regiões, com exceção do Sudeste, onde recuou de 0,535 para 0,529.
O índice de Gini é o instrumento que mede o grau de concentração de renda da população, mostrando a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos.
Nas regiões Sudeste, Nordeste e Sul - as mais populosas do País -, esses índices foram de 0,529, 0,567 e 0,477, respectivamente. Assim, a Região Sudeste foi a única a reduzir o indicador, que, em 2016, foi de 0,535. As demais regiões do País apresentaram indicadores de desigualdade de renda maiores que no ano anterior.
 

Concluir o Ensino Superior triplica rendimentos dos profissionais

O nível de instrução é determinante para a renda dos brasileiros. O rendimento de quem concluiu o Ensino Superior é, praticamente, o triplo do daqueles que têm apenas o Ensino Médio, segundo a Pnadc.
De acordo com o estudo, o rendimento médio mensal dos profissionais com faculdade foi de R$ 5.110,00 no ano passado, enquanto os que completaram apenas o Ensino Médio ganharam R$ 1.727,00, em média, por mês. Comparados com os trabalhadores sem qualquer nível de instrução - cuja renda média foi de apenas R$ 842,00 -, quem tem nível superior ganhou seis vezes mais.
O IBGE mostra que o acréscimo de salário depende da conclusão do curso. Os profissionais com nível superior incompleto ganharam, em média, R$ 2.186,00 por mês no ano passado, 43% do salário de um diplomado. Mesmo assim, esses trabalhadores receberam 27% mais que aqueles que pararam na conclusão do Ensino Médio. O rendimento médio de quem concluiu apenas o Ensino Fundamental foi de R$ 1.409,00 em 2017.
O aprofundamento da crise e o aumento do desemprego levaram à diminuição da renda de profissionais com vários níveis de formação. Os com Ensino Superior completo ganhavam
R$ 5.371,00 em 2016, perdendo, em média, 4,86% do salário no ano passado. Os que mais sofreram, porém, foram os mais pobres: aqueles sem instrução viram sua renda média cair 8% em um ano - de R$ 915,00 para
R$ 842,00.
As mulheres mantiveram a sua diferença salarial em relação aos homens. Elas recebem 77,5% do salário masculino: R$ 1.868,00 contra R$ 2.410,00. Mas já foi pior. Em 2016, as mulheres ganhavam 77,2% do que ganhavam os homens. Entre negros e brancos, a distância também se manteve. Os pardos ganham o equivalente a 57% do salário dos brancos. Entre os negros, a distância é ainda maior: eles ganham somente 55,8% do salário dos brancos.
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Comentários
Roberto de Oliveira 12/04/2018 13h11min
Por que acham que a FIESP e o grande capital financiaram o golpe? para continuarmos distribuindo renda?