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Economia

- Publicada em 04 de Abril de 2018 às 13:18

Presidente da Embraer diz estar otimista sobre acordo com a Boeing

Agência Estado
O presidente da Embraer, Paulo Cesar de Souza e Silva, afirmou nesta quarta-feira que está otimista com um possível acordo com a Boeing. "Existe um desafio de atender aos requisitos de todas as partes, mas estou otimista", comentou a jornalistas após evento da empresa.
O presidente da Embraer, Paulo Cesar de Souza e Silva, afirmou nesta quarta-feira que está otimista com um possível acordo com a Boeing. "Existe um desafio de atender aos requisitos de todas as partes, mas estou otimista", comentou a jornalistas após evento da empresa.
O executivo reiterou que não há um prazo certo para que as empresas fechem a estrutura do eventual negócio. Embora reconheça que o mercado demanda certa agilidade nas negociações, Silva salientou que a operação é complexa e deverá atender às expectativas de todas as partes.
Ainda de acordo o presidente da Embraer, a mudança do ministro da Defesa - de Raul Jungmann pelo general Joaquim Silva e Luna - não atrapalhou o andamento dos trabalhos com o grupo técnico, que seguem "muito bem". "As conversas continuam, estamos trabalhando firme com grupo técnico".
Na semana passada, o Broadcast informou que as conversas em torno da fusão continuam centradas na área de defesa da companhia brasileira, tanto do ponto de vista da soberania do governo do Brasil quanto da sustentabilidade do negócio.
Na leitura de fontes próximas ao negócio, as discussões têm sido "construtivas" e houve evoluções. Porém, não há clareza sobre quando um acordo poderia ser alcançado, embora o melhor cenário seja encerrar o processo junto ao governo brasileiro até o início da campanha eleitoral, afirmam as fontes.
A Embraer realizou no período da manhã desta quarta a primeira entrega da aeronave E190 E2, da nova geração dos E-Jets, para a companhia escandinava Widerøe.
Com atuação no mercado de aviação regional, a aérea será a primeira a operar o novo modelo da Embraer já a partir deste mês, com voo inaugural entre as cidades norueguesas de Bergen e Tromsø. A Widerøe detém um contrato com a fabricante brasileira para até 15 jatos E2, sendo três pedidos firmes para o E190-E2 e direitos de compra para 12 aeronaves da nova geração. O pedido tem um preço de lista potencial de até US$ 873 milhões, se todos os direitos de compra forem exercidos.
Além da Widerøe, a Embraer detém outros 71 pedidos firmes para o E190-E2. Na lista, estão a indiana Air Costa (25 pedidos firmes), a norte-americana Aircastle (12), a irlandesa Aercap (22) e as chinesas ICBC (10) e Hainan (2).
O novo modelo de corredor único da Embraer, com capacidade para 97 a 114 assentos, recebeu certificação de três autoridades aeronáuticas - a Anac, a europeia EASA e a norte-americana FAA - para operação comercial. De acordo com a fabricante brasileira, os E190 E2 devem propiciar uma redução de dois dígitos nos custos operacionais com manutenção e consumo de combustível por assento frente aos jatos da primeira geração.
Em discurso na sede da empresa, o presidente da Embraer afirmou que a entrega do primeiro E2 marca o começo de um "novo capítulo" na história da empresa e da aviação comercial. Silva destacou ainda que a segunda geração dos E-Jets tornará a companhia mais "forte" e habilitada a estrear em novos mercados.
O presidente da Embraer avaliou que o anúncio de novas tarifas chinesas sobre produtos norte-americanos afeta "muito mais a Boeing". "É uma briga comercial, uma disputa comercial que está em jogo entre Estados Unidos e China. Não sei dizer como isso vai se desenvolver para eles, mas para nós, pelo que vi até agora, não afeta em nada", comentou mais cedo, em evento da fabricante de aeronaves brasileira para a primeira entrega da aeronave E190 E2.
O governo de Pequim anunciou nesta quarta a imposição de tarifas de 25% a 106 produtos norte-americanos, como resposta à iniciativa da Casa Branca de impor retaliações devido à suposta perda com violações de propriedade intelectual por parte da China. A lista de produtos taxados, avaliados num total de US$ 50 bilhões, inclui aviões. Com a medida, as ações da Boeing - que tem na China um dos seus principais pontos de operação de vendas - operaram em forte queda em Nova York.
A Embraer está "bastante otimista" com a campanha da JetBlue para uma encomenda dos E195-E2, afirmou o presidente da fabricante brasileira. Embora não tenha comentado sobre prazos, o executivo entende que a campanha pode ganhar ritmo mais acelerado com a entrada em operação do E190-E2 ainda neste mês.
Silva avaliou que a JetBlue reconhece a importância dos atuais E190 em sua frota e que, com o aumento da densidade das rotas nos Estados Unidos, há uma oportunidade para o E195-E2, que será o maior avião fabricado pela Embraer. Com capacidade para 120 a 146 assentos, o E195-E2 é o próximo modelo da segunda geração dos E-Jets a ser entregue, com previsão para o primeiro semestre de 2019.
De acordo com o presidente da Embraer, a encomenda da JetBlue poderia ficar em torno de 65 aeronaves, mais ou menos o número de E190 que a aérea opera.
Em comentário sobre as perspectivas para encomendas da empresa com a estreia da nova geração dos E-Jets, Paulo Cesar de Souza e Silva garantiu que a Embraer já tem capacidade física para aumentar sua produção na aviação comercial, e que é apenas uma questão de "ganhar contrato".
O executivo comentou ainda que existem grandes oportunidades para o E175, da primeira geração, no mercado norte-americano - o modelo é o mais vendido no país em sua categoria - e que, com os E195-E2, a empresa espera penetrar nas grandes companhias aéreas.
O presidente da Embraer disse que a empresa tem obrigação de estar atenta a movimentos estratégicos do setor, de modo que poderia, sim, avaliar outras ofertas além da feita pela Boeing. "Caso haja algo que nos interesse, vamos avaliar", disse o executivo, acrescentando que o mercado é dinâmico, complexo e tem passado por várias alterações.
Silva reiterou, porém, que a Embraer está "muito bem e muito forte", especialmente neste momento de estreia da segunda geração dos E-Jets. De acordo com ele, mesmo o eventual negócio com a Boeing não é vital para a empresa.
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