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Cultura

- Publicada em 29 de Abril de 2018 às 22:20

'Teu mundo não cabe nos meus olhos' estreia nesta quinta-feira

Longa tem Edson Celulari (e) no papel de um homem que perdeu a visão ainda criança

Longa tem Edson Celulari (e) no papel de um homem que perdeu a visão ainda criança


ACCORDE FILMES/DIVULGAÇÃO/JC
Ricardo Gruner
Muitas ideias de filmes surgem a partir de notícias ou pesquisas. Com Teu mundo não cabe nos meus olhos, novo projeto de Paulo Nascimento, não foi diferente: no começo da década, Marilaine da Costa, sócia da Accorde Filmes e produtora executiva do longa-metragem, fazia um curso de audiodescrição quando se deparou com uma certa informação relativa à vida de alguns cegos. A obra estreia nesta quinta-feira, com Edson Celulari no papel de um homem que perdeu a visão ainda criança. Além de audiodescrição, o projeto possui exibições com Libras (Língua Brasileira de Sinais) e LSE (legendas para surdos).
Muitas ideias de filmes surgem a partir de notícias ou pesquisas. Com Teu mundo não cabe nos meus olhos, novo projeto de Paulo Nascimento, não foi diferente: no começo da década, Marilaine da Costa, sócia da Accorde Filmes e produtora executiva do longa-metragem, fazia um curso de audiodescrição quando se deparou com uma certa informação relativa à vida de alguns cegos. A obra estreia nesta quinta-feira, com Edson Celulari no papel de um homem que perdeu a visão ainda criança. Além de audiodescrição, o projeto possui exibições com Libras (Língua Brasileira de Sinais) e LSE (legendas para surdos).
O ator interpreta Vitório, que comanda uma pizzaria herdada de seu pai no bairro do Bixiga, em São Paulo. O protagonista vive plenamente ajustado à sua condição. No trabalho, prepara as massas a partir de um olfato apurado e tem até destreza para jogá-las ao ar; no campo do lazer, mostra seu talento na sinuca e vai aos jogos do Corinthians, acompanhando as partidas pelo rádio. No entanto, Clarice (Soledad Villamil, de O segredo dos teus olhos), sua esposa, sugere que ele faça uma cirurgia que o possibilitaria a ter todos os sentidos. O protagonista precisa, então, tomar uma decisão capaz de influenciar também a vida da filha adolescente (Giovana Echeverria) e até do seu ajudante no restaurante (Leonardo Machado).
Para o papel, Celulari realizou pesquisas, frequentou institutos e até ganhou peso. "O que me atraiu é o fato de ser um cego instalado em uma vida simples, bem resolvido como profissional. E a forma como Paulo Nascimento apresentava a narrativa, de um estilo argentino, de história simples", afirma ele, que já havia trabalhado com o cineasta em títulos como Diário de um novo mundo.
Gravado em São Paulo e Porto Alegre, o longa foi se transformando ao longo do processo de realização. "Percebi que o filme era mais sobre a necessidade de aceitar o que o outro quer do que propriamente sobre um cego", ressalta o diretor. "E o mundo foi mudando", adiciona ele: "Tenho vários conhecidos e amigos que brigaram por causa de discussão na internet. Então a história virou uma metáfora sobre essa questão da incompreensão".
Um dos pilares da narrativa é a figura de Clarice, filha de uma rica família judia argentina que se estabeleceu em São Paulo. Ao longo da rotina com o companheiro, a protagonista deixou planos de lado. A eventual cirurgia do marido, portanto, é vista como a abertura de um leque de outras oportunidades. "Minha preocupação era humanizá-la, em vez de apresentar somente a malvada Clarice que quer manipular o marido", ressalta Soledad Villamil. "Isso é resultado de uma circunstância da personagem, que também está em crise, que passou 20 anos acompanhando a família. Ela quer fazer algo por sua própria vida. Quer uma mudança, mas não sabe onde encontrá-la", destaca a atriz.
Também roteirista do projeto, Paulo Nascimento desenvolveu um recorte que contempla preconceito, tolerância, as mudanças proporcionadas pelo tempo e até questões de migração. Todos os personagens têm alguma ligação com deslocamentos geográficos - da descendência italiana de Vitório até o fato da filha do casal pretender estudar nos Estados Unidos. "No mundo de hoje estamos constantemente em movimento", resume o diretor, completado por Leonardo Machado: "Ou eles chegaram ou eles estão querendo sair. Os personagens tentam modificar seus mundos".
A parceria entre o cineasta e partes do elenco também poderá ser vista em futuros projetos. Nascimento dirige A superfície da sombra, thriller fantástico estrelado por Machado com estreia prevista para 31 de maio. Já na série Sonho americano, em fase de edição, os dois atravessaram os Estados Unidos de moto mostrando a cultura local. O projeto deve ir ao ar no segundo semestre, no canal Prime Box Brazil.
O calendário do realizador gaúcho também inclui o desenvolvimento de um roteiro para um projeto de Edson Celulari e uma série com participação de Soledad Villamil, ainda em fase incipiente.
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