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Teatro

- Publicada em 06 de Abril de 2018 às 15:02

Fantasia musical de sucesso

Korvatunturi é um neologismo criado pela equipe de realizadores do espetáculo de igual título. Trata-se de um lugar utópico, que tem em seu centro uma árvore da vida, em torno da qual todos bailam e vivem. Há cinco anos em cartaz em Gramado, tornou-se uma das atrações obrigatórias da segunda cidade mais turística do Brasil (perde apenas para o Rio de Janeiro). No início desta temporada, o espetáculo deslocou-se para Porto Alegre, onde cumpriu curta temporada no Theatro São Pedro.
Korvatunturi é um neologismo criado pela equipe de realizadores do espetáculo de igual título. Trata-se de um lugar utópico, que tem em seu centro uma árvore da vida, em torno da qual todos bailam e vivem. Há cinco anos em cartaz em Gramado, tornou-se uma das atrações obrigatórias da segunda cidade mais turística do Brasil (perde apenas para o Rio de Janeiro). No início desta temporada, o espetáculo deslocou-se para Porto Alegre, onde cumpriu curta temporada no Theatro São Pedro.
Rodrigo Cadorin, Felipe Prawer Peccin, Lisiane Urbani Cadorin e Iara Urban Peccin respondem pelo argumento e roteiro original do espetáculo; os mesmos Rodrigo Cadorin e Lisiane Urbani Cadorin assinam a direção artística e a produção executiva; a coreografia é de Lisiane, e a trilha sonora original, de Walther Neto. São 10 temporadas, mais de 500 mil espectadores, 41 profissionais envolvidos. Boa parte dos que assinam a produção possuem empreendimentos bem-sucedidos no campo turístico na cidade, e alguns chegaram a ser secretários de Turismo de Gramado. Outros tiveram experiências artísticas no exterior, inclusive nos empreendimentos de Walt Disney. Isso significa que não se está lidando com amadores.
De um lado, o grupo me lembrou as iniciativas do grupo Tholl, de Pelotas, por sua vez inspirado no Cirque Du Soleil, do Canadá; de outro, alguma reminiscência do filme Avatar, de James Cameron, em especial a existência daquela árvore da vida. Mas nada disso invalida ou diminui o fascínio e a bem-sucedida concretização do espetáculo que tem o mérito maior de poder ser assistido e curtido por plateias de todas as idades, das crianças aos adultos, graças à sua magia e a uma simbiose entre trilha sonora e coreografia excelentes, que se valem de princípios da arte circense, mas que jogam todo o seu pessoa na fantasia da narrativa. Destaque-se, igualmente, o fato de o espetáculo sempre escolher um integrante da plateia que é levado ao palco e introduzido em toda a ação cênica, o que aproxima ainda mais o trabalho do público em geral.
Não há propriamente um enredo a ser desenvolvido. A árvore da vida é apresentada enquanto um princípio de salvaguarda e manutenção da unidade e da felicidade da vida. Defende-se a autorresponsabilidade das pessoas no convívio social (situação tão crítica na sociedade brasileira atual, marcada pelo ódio e pela violência). Um dos elementos mais importantes do espetáculo é a combinação entre figurino e maquiagem (Luciana Peccin assina a cenografia; Fabrício Ghomes os figurinos; Janaína Oliveira e Rodrigo Bach a maquiagem); as letras e melodias da trilha sonora são de Rodrigo Cadorin. Trata-se de um espetáculo de extrema fantasia e fascínio visuais e sonoro, que prende a atenção ao longo de pouco mais de uma hora de duração.
É divertimento puro, que não está isento, porém, desta mensagem filosófica humanista de que andamos tão carentes. O elenco é extremamente afinado, musicalmente falando, e até pela experiência das múltiplas temporadas, tem ritmo adequado, de modo que o espetáculo jamais arrefece o ritmo, ligando dinamicamente texto e música, na verdade, mais música que texto, exatamente porque não há um enredo muito complexo a ser desenvolvido. Um dos melhores momentos de todo o espetáculo, contudo, é quando se fazem desenhos com areia, numa pequena projeção lateral, em pleno palco. É simplesmente emocionante!
Deve ter sido um bom desafio a equipe de Korvatunturi adaptar-se não relativamente exíguo espaço do palco do Theatro São Pedro, já que, em Gramado, o palco de que dispõe é bem mais amplo. Mas o grupo se organizou bem e o espetáculo empolgou a tantos quantos o assistiram. Daí ter-se tornado Korvatunturi uma atração musical de extremo sucesso.
P. S.: Como é sabido dos leitores da coluna, assumi a presidência da Fundação Theatro São Pedro. Por isso, a partir deste espetáculo, não comentarei mais os trabalhos apresentados naquele palco, que serão, então, avaliados pelo editor da página, jornalista Cristiano Vieira, que já me substituiu em outros momentos, sempre com excelente resultado. Os textos dele serão publicados em outro espaço neste caderno. Na coluna, continuarei a escrever sobre os demais espetáculos. Desde logo, agradeço a compreensão de todos e em especial de meu colega de ofício.
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