Antes mesmo de iniciar oficialmente a campanha eleitoral, o País vive sob tensão com os candidatos tentando se proteger das denúncias que chegam de todos os lados. Verdadeiras ou não, elas trazem inquietude nos postulantes ao Palácio do Planalto. O cenário turbulento das eleições de outubro, com escândalos de corrupção, prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e a proliferação de "fakes news" (notícias falsas) provoca uma insegurança nos políticos, nos eleitores e na própria mídia. Com isto, eleitores ceticistas engrossam cada vez mais as fileiras do voto em branco ou nulo com o objetivo de "recuperar a imagem do País", um desastre ainda maior. Geraldo Alckmin, do PSDB, está na mira do Ministério Público acusado de receber pelo menos R$ 10 milhões em repasses ilegais nas eleições de 2010 e 2014, últimos dois pleitos para o governo de São Paulo. O tucano se diz tranquilo, nega as acusações e se coloca à disposição da Justiça Eleitoral.
Temer mostra as conquistas
Sem falar diretamente sobre as acusações, o presidente Michel Temer (PMDB), em pronunciamento à Nação, na sexta-feira, respondeu citando as conquistas econômicas de seu governo e a retomada do crescimento. Mas, na verdade, o foco do discurso se deu em torno de uma velada autodefesa contra uma possível terceira denúncia da Procuradoria-Geral da República. Sem falar em investigação e corrupção, Michel Temer optou por citar, em cinco ocasiões, a palavra liberdade.
Guerra por Babosa
Já no PSB, deflagrou-se uma verdadeira guerra aberta por Joaquim Barbosa. Enquanto caciques do partido preparam uma estratégia para manter o nome do ex-presidente do Supremo como candidato ao Planalto, enfrentando inclusive lideranças regionais como seus próprios governadores, parcela do partido é contra. Entre os problemas está a necessidade de dividir o palanque com Ciro Gomes (PDT) candidato natural para parte dos filiados. Chegando como um "outsider", o ministro ainda não deixou claro se quer ser candidato. Já Marina Silva, pré-candidata da Rede, como sempre fez quando tem que se posicionar, desconversa sobre a chapa mista e afirmou que não falou com Joaquim Barbosa sobre o assunto. O PSB ainda busca uma definição se terá ou não candidato.
Os rumos do PTB
O PTB já decidiu seus apoios ao Palácio Piratini e ao Palácio do Planalto. "O PTB, no estado do Rio Grande do Sul, tem o delegado Ranolfo Vieira Júnior como candidato a governador. É importantíssimo ressaltarmos que a candidatura de Ranolfo é uma candidatura para valer. Não é uma candidatura faz de conta", acentuou o ex-ministro do Trabalho, deputado Ronaldo Nogueira. O PTB nacional, segundo o parlamentar, ainda não deliberou. Mas ele adiantou que, pessoalmente, defende "com veemência a continuidade do projeto de reformas que são fundamentais. É uma demonstração de serenidade e de compromisso com a próxima geração. É fundamental que esse conjunto de reformas possam ser restabelecidas no decorrer dos próximos anos".