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Porto Alegre, quarta-feira, 25 de abril de 2018.

Jornal do Com�rcio

JC Log�stica

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Transporte

Not�cia da edi��o impressa de 26/04/2018. Alterada em 25/04 �s 18h31min

Restri��es urbanas aumentam custo do frete

Dificuldades encontradas por caminh�es em zonas urbanas condicionam pre�os finais dos produtos

Dificuldades encontradas por caminh�es em zonas urbanas condicionam pre�os finais dos produtos


/MARCELO G. RIBEIRO/JC
As restrições à circulação de caminhões nas principais regiões metropolitanas do País podem representar custos adicionais de até 20% no valor do frete. Em alguns municípios, transportadores passaram a incluir no custo do transporte a TDE (Taxa de Dificuldade de Entrega) e a TRT (Taxa de Restrição ao Trânsito) - esta com impactos no valor do frete de até 15%. As taxas são motivadas por fatores, como recebimento precário, que acaba gerando longas filas no abastecimento; e recebimento fora do horário comercial, que obriga os motoristas a aguardarem a liberação para a entrega da carga em locais, muitas vezes, inseguros, com riscos de roubo da mercadoria.
As informações constam do estudo Logística Urbana - Restrições aos Caminhões, divulgado pela CNT (Confederação Nacional do Transporte). O trabalho analisa o abastecimento de sete regiões metropolitanas: São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS), Goiânia (GO), Recife (PE) e Manaus (AM). As entregas em meio urbano podem representar até 28% do custo total do transporte. As dificuldades encontradas nas cidades afetam o nível de serviço oferecido e condicionam, em última instância, o preço final dos produtos.
De acordo com a professora do Departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), Leise Kelli de Oliveira, o custo adicional é consequência dos transtornos enfrentados nas regiões centrais. "Caminhões ficam presos nos congestionamentos e gastam mais combustível. Além disso, as condições de tráfego impactam a depreciação do veículo, e empresas arcam com encargos trabalhistas devido às restrições. Sem falar nas limitações quanto ao tamanho dos caminhões, que fazem com que o empresário tenha que adquirir uma nova frota", observa. Ela pondera que a falta de vagas para carga e descarga faz com que os motoristas estacionem de forma irregular e levem multas, o que também gera impactos no custo do transporte. "O preço dos produtos poderia ser menor se não fossem todas essas variáveis", acredita.
Para o diretor executivo da CNT, Bruno Batista, "a falta de planejamento e de participação do setor transportador na definição das regras de circulação nas cidades também acaba gerando distorções nos valores do transporte".
Outros pontos levantados pelo estudo da Confederação para o acréscimo do custo são: carência de dados e de estudos para embasar políticas públicas em áreas urbanas, baixa prioridade dos planos de mobilidade nos municípios para atender as demandas do transporte de cargas, falta de divulgação das regras de cada local e baixo investimento em obras de infraestrutura, principalmente em anéis viários.
 

Consequ�ncias

  • Aumento dos custos operacionais do transporte rodoviário de carga. Em alguns casos, as barreiras encontradas pelos transportadores têm gerado taxas extras que incidem sobre o preço do frete. Dois exemplos são a Taxa de Dificuldade de Entrega (TDE), negociada a partir de um piso de 20% sobre o valor do frete; e a Taxa de Restrição do Trânsito (TRT), calculada em 15% do frete.
  • Baixa previsibilidade da entrega de mercadorias. Além dos congestionamentos e das retenções de trânsito, muitas vezes, o planejamento do transportador é alterado de forma imprevisível devido à falta de clareza e de transparência sobre as restrições ao transporte de carga.
  • Aumento da emissão de poluentes e ruídos. Restrições mal planejadas podem acarretar congestionamentos, filas de descarga, aumento do número de viagens, rotas mais longas e inadequadas e outros transtornos que aumentam os ruídos produzidos pelo trânsito e a emissão de gases poluentes na atmosfera.
  • Riscos de acidentes. Sinalização deficiente ou mesmo ausência de sinalização, janela de horário noturna e outras restrições são fatores que elevam o risco de acidentes.

Metade das proibi��es t�m turno integral

Em 40% dos munic�pios de sete das principais regi�es metropolitanas brasileiras, os transportadores encontram restri��es aos caminh�es. Metade dessas proibi��es se estende 24 horas por dia. A maior quantidade de restri��es em per�odo integral se d� em ruas e avenidas de Belo Horizonte-MG (81%); Porto Alegre-RS (70,6%) e Recife-PE (60%).
Segundo o trabalho da CNT, al�m do per�odo integral, tamb�m h� restri��es em outros per�odos. No diurno, os impedimentos para o tr�nsito de caminh�es nas regi�es pesquisadas chegam a 24,5% das restri��es. J� o per�odo noturno corresponde a 13,3%. Os hor�rios de pico, aqueles associados aos deslocamentos casa-trabalho e trabalho-casa, no in�cio e no final do dia, possuem 11,9% de restri��es.
Quanto ao percentual de proibi��es de circula��o para caminh�es em hor�rio diurno, destacam-se Manaus (66,7%), Curitiba (33,3%) e Recife (30%). No per�odo noturno, Goi�nia (25%), Curitiba (22,2%) e Porto Alegre (17,6%). Por fim, nos hor�rios de pico, as regi�es com os maiores �ndices s�o Manaus (33,3%), Goi�nia (25%) e S�o Paulo (24,4%).
O levantamento da confedera��o aponta que, no total, foram identificadas 143 restri��es em 76 munic�pios das sete regi�es metropolitanas avaliadas. Entre elas, destacam-se as de circula��o (quando o caminh�o est� proibido de trafegar na via), que ocorrem em 86% das regi�es analisadas; de carga e descarga (quando o caminh�o s� pode estacionar no local, mas est� proibido de fazer carga e descarga), que ocorrem em 9,8% dos casos; e as de estacionamento (quando o caminh�o n�o pode nem estacionar e nem fazer carga e descarga, podendo, apenas, trafegar pela via), que acontecem em 4,2% dos munic�pios.
Entre as causas das restri��es, est�o o tr�fego de passagem, que evita que os caminh�es transitem pelas �reas centrais dos munic�pios; os congestionamentos; as limita��es da capacidade do sistema vi�rio devido � exist�ncia de ruas estreitas; e o impacto dos grandes ve�culos nos pavimentos das �reas centrais.

Na RMPA, cidades restritivas concentram 67,6% da frota

Na Regi�o Metropolitana de Porto Alegre (RMPA), a frota total de caminh�es � de 68.270 ve�culos, segundo a CNT. Os munic�pios com o maior n�mero de caminh�es como percentagem da frota total s�o Nova Santa Rita (10,4%), Port�o (7,8%) e S�o Sebasti�o do Ca� (6,8%). A regi�o possui 4.041 unidades locais de empresas de transporte. Destacam-se os munic�pios de Porto Alegre (1.240 unidades), Canoas (474) e Novo Hamburgo (246).
No estudo da CNT foram identificadas restri��es � circula��o ou �s opera��es de carga e descarga de caminh�es nos munic�pios de Arroio dos Ratos, Cachoeirinha, Campo Bom, Charqueadas, Dois Irm�os, Eldorado do Sul, Glorinha, Montenegro, Nova Hartz, Novo Hamburgo, Port�o, Porto Alegre, Santo Ant�nio da Patrulha, S�o Jer�nimo, S�o Leopoldo, S�o Sebasti�o do Ca�, Sapiranga, Sapucaia do Sul, Taquara, Triunfo e Viam�o - que concentram 71,2% da popula��o e 67,6% da frota de caminh�es da regi�o.
Entre os munic�pios sem restri��es � circula��o de caminh�es e/ou �s opera��es de carga, destacam-se, pelo n�mero de habitantes, concentra��o de ve�culos e proximidade da Capital, Canoas, Gravata�, Alvorada e Esteio.
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