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Porto Alegre, domingo, 22 de abril de 2018.

Jornal do Com�rcio

Empresas & Neg�cios

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Not�cia da edi��o impressa de 23/04/2018. Alterada em 20/04 �s 19h22min

Bndes quer atrair empresa com taxas

Banco prepara linhas voltadas a micro, pequenas e m�dias companhias

Banco prepara linhas voltadas a micro, pequenas e m�dias companhias


MARCELLO CASAL JR/MARCELLO CASAL JR/ABR/JC
Mal a Taxa de Longo Prazo (TLP) entrou em vigor como referência nos empréstimos do Bndes, o banco já anunciou mudanças nas condições de financiamento de dois programas, abrindo a possibilidade de as empresas optarem por taxas fixas - a TLP oscila com a inflação. A mudança vale apenas para Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPMEs). Na avaliação de especialistas, a alteração sinaliza que será preciso fazer ajustes na TLP para manter a atratividade dos financiamentos, especialmente para as MPMEs, que buscam previsibilidade dos juros, devido a restrições no orçamento.
A taxa fixa valerá apenas para empresas com faturamento até R$ 300 milhões anuais que contratarem financiamento da linha Bndes Giro, voltada para capital de giro, a partir deste mês. Em maio, créditos aprovados no âmbito da Finame Ônibus e Caminhões, que financia a compra desses veículos, também terão essa opção. Segundo o banco, os créditos dessas duas linhas tomados por MPMEs representaram 24% das operações indiretas (intermediadas por agentes financeiros) e 11% dos desembolsos totais do Bndes entre 2013 e 2017. É possível que a taxa fixa seja estendida a outros programas no futuro.
"A impressão que dá é que, só depois de implementar a TLP, eles pensaram em como vão fazer com o crédito para a MPMEs. Em ano eleitoral e com indefinições de como ficará a economia nos próximos anos, é natural que as pequenas empresas fiquem com medo de tomar crédito com uma taxa que poderá mudar ao longo do financiamento", diz a analista de crédito da consultoria Tendências Isabela Tavares.
A TLP tem juros que são estabelecidos no momento da contratação do empréstimo, que são mantidos ao longo do prazo do financiamento, e um componente variável, que oscila com a inflação. Ela só será plenamente implementada após cinco anos, transição para que os empréstimos no Bndes se adequem à nova taxa, que será mais próxima às taxas de mercado. Até o ano passado, grande parte dos financiamentos do banco era feita em TJLP, na qual embutia-se um subsídio, uma vez que era menor que o juro de mercado.
Num momento em que o Bndes adota o discurso de intensificar o crédito para MPMEs, a escolha de uma taxa com baixa previsibilidade para embasar os financiamentos era vista como um contrassenso por alguns empresários. Na avaliação de José Velloso Dias Caedoso, presidente da Abimaq, que reúne fabricantes de máquinas e equipamentos, esse receio está por trás do recuo nos desembolsos do Bndes no primeiro bimestre. Segundo ele, a taxa fixa foi um pedido da associação ao banco.
Nos dois primeiros meses do ano, os desembolsos para Finame e Bndes Giro caíram 20% e 25%, respectivamente, num movimento oposto ao que vinha acontecendo. No acumulado de 12 meses encerrados em fevereiro, as liberações para essas duas linhas subiram 11% e 88%, refletindo o crescimento nos meses anteriores. O banco atribui a queda, em parte, a uma corrida no final do ano para pegar crédito em TJLP e a problemas nos sistemas dos bancos repassadores - no Finame e no Bndes Giro, o dinheiro é do Bndes, mas os financiamentos são intermediados por outros bancos.
"Mesmo que a taxa fique um pouco mais cara, pelo menos ela não vai mudar durante o financiamento. Isso é muito importante para o pequeno empresário", diz Velloso. "Se fosse só um problema no sistema e a demanda existisse de fato, a procura por crédito nos dias seguintes compensaria as falhas nos dias anteriores."
Segundo estudo do Bndes, a parcela dos desembolsos para MPMEs vem crescendo: saiu de 16,3% no período de 1990 a 1994 para 33,4% no período de 2015 a 2017. O mesmo estudo mostra como o banco encolheu nos últimos anos, voltando ao patamar da segunda metade da década de 1990. Os investimentos financiados pelo Bndes representaram 21% dos investimentos feitos no País em 2009, ano seguinte à crise econômica global.
 
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