Ante a resistência da ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), de marcar o julgamento do habeas corpus que visa evitar a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a defesa do petista voltou a mirar o relator do caso, Edson Fachin.
No início da tarde de ontem, o ex-ministro do STF e advogado de Lula, Sepúlveda Pertence, reuniu-se com Cármen Lúcia e disse ter ouvido dela que não há previsão para o plenário da corte julgar o habeas corpus pedido pela defesa. Fachin negou liminarmente em fevereiro o habeas corpus e decidiu enviá-lo ao plenário, composto pelos 11 ministros. À noite, Pertence protocolou nova petição endereçada a Fachin. Nela, a defesa pede que Fachin reconsidere sua decisão liminar e suspenda uma eventual ordem de prisão contra Lula até que o STF julgue duas ações que discutem a prisão após condenação em segunda instância.
Caso Fachin não reconsidere sua liminar, a defesa quer que ele leve o caso à Segunda Turma do STF, e não ao plenário. O colegiado é composto por cinco ministros: Celso de Mello, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli, além de Fachin. Essa turma é vista como mais garantista.