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Opinião

- Publicada em 14 de Março de 2018 às 16:38

Safra menor, mas renda do campo deve bater recorde

Há muito é sabido que quando a agropecuária vai bem, todo o Rio Grande do Sul acompanha. Geralmente, até fica melhor. Por isso, é de se festejar quando, mais numa vez, a produção agrícola baterá recordes neste 2018. Mesmo que não seja em volume produzido, como no ano passado, mas em faturamento.
Há muito é sabido que quando a agropecuária vai bem, todo o Rio Grande do Sul acompanha. Geralmente, até fica melhor. Por isso, é de se festejar quando, mais numa vez, a produção agrícola baterá recordes neste 2018. Mesmo que não seja em volume produzido, como no ano passado, mas em faturamento.
A atual safra, ainda em andamento, deve ser a segunda maior da história, com 226,04 milhões de toneladas. É uma queda de 4,9% em relação ao ciclo anterior. O Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária subiu 13,0% em 2017 ante 2016, o melhor resultado da série histórica iniciada em 1996, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E a expectativa é que a receita com grãos cresça quase 5% em 2018, segundo cálculos de analistas do agronegócio.
Três fatores principais ajudam a explicar esse faturamento maior: a forte demanda da China por produtos agropecuários, um câmbio que favorece as exportações, e uma Argentina com problemas climáticos. O país vizinho enfrenta uma severa estiagem que vai reduzir a colheita de soja e de milho neste ano. Esse cenário vai levar a uma alta dos preços globais de commodities agrícolas.
Nos principais grãos - soja, milho, trigo, algodão, feijão e arroz - haverá faturamento de R$ 177 bilhões neste ano, ante R$ 169 bilhões em 2017. O montante pode ser maior caso a China reduza as compras de soja norte-americana em retaliação à sobretaxa que o presidente Donald Trump impôs às importações de aço e alumínio. Isso pode levar o Brasil a ampliar os embarques da oleaginosa para o país asiático - já que os três grandes fornecedores mundiais são EUA, Brasil e Argentina.
Mesmo sem uma possível retaliação, a expectativa é de que a receita com a oleaginosa avance mais que a dos outros grãos.
Especialistas sinalizam que a receita deve ser maior, principalmente para os agricultores que optaram por comercializar o produto após a colheita, já que as cotações da soja estão subindo. Até o início de março, cerca de 40% da safra de soja havia sido comercializada antecipadamente, restando, assim, 60% para serem negociados sob as cotações atuais, mais altas.
Principal produto na pauta da exportação brasileira, a soja tem a produção estimada em 113 milhões de toneladas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) - queda de 1% em relação à última safra. A cotação, no entanto, está em alta.
Na semana passada, a saca estava cotada a R$ 74,35, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) - um aumento real de 8% em relação ao mesmo período do ano passado. A previsão é de que o preço médio da soja suba 6,1% na comparação com 2017, e o do milho, 19%. Desta maneira, os produtores brasileiros vão ganhar com a conversão de um dólar que, em razão das incertezas trazidas pelas eleições, deve alcançar R$ 3,40 até dezembro, saindo de uma cotação que, até um ano atrás, estava em R$ 3,10.
Entre os principais integrantes da cesta básica do brasileiro, o feijão se mantém com preços menores do que os do ano passado, até o momento, mas duas safras ainda estão por vir em 2018. Caso o cenário positivo para os valores do milho se confirme, agricultores que cultivam feijão podem migrar para o cereal de segunda safra em busca de mais rendimentos financeiros, o que elevaria o preço médio do feijão.
A tendência é que a receita, medida pelo Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) avance. Até agora, considerando apenas os grãos, o VBP é previsto em R$ 203 bilhões para 2018, ante R$ 210 bilhões no ano passado. Então, de novo, a riqueza virá do campo.
 
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