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Internacional

- Publicada em 21 de Março de 2018 às 14:51

Kuczynski renuncia à presidência do Peru

PPK é investigado por ter recebido propina da brasileira Odebrecht

PPK é investigado por ter recebido propina da brasileira Odebrecht


/ERNESTO BENAVIDES/AFP/JC
O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, de 79 anos, conhecido como PPK, renunciou ao cargo ontem, às vésperas da votação do seu processo de impeachment no Congresso. A renúncia teria sido precipitada por conta da divulgação de uma série de vídeos que mostram o congressista Kenji Fujimori e seus aliados - um grupo dissidente do partido fujimorista (Força Popular), dirigido por sua irmã, Keiko, de quem é inimigo político - tentando comprar o apoio de congressistas para que votassem contra a moção de vacância de PPK prevista para ocorrer hoje.
O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, de 79 anos, conhecido como PPK, renunciou ao cargo ontem, às vésperas da votação do seu processo de impeachment no Congresso. A renúncia teria sido precipitada por conta da divulgação de uma série de vídeos que mostram o congressista Kenji Fujimori e seus aliados - um grupo dissidente do partido fujimorista (Força Popular), dirigido por sua irmã, Keiko, de quem é inimigo político - tentando comprar o apoio de congressistas para que votassem contra a moção de vacância de PPK prevista para ocorrer hoje.
As gravações estão sendo comparadas aos famosos "vladivideos", do ex-homem-forte do então presidente Alberto Fujimori (1990-2000), e que mostravam Vladimiro Montesinos exercendo pressão e oferendo subornos. Os "vladivideos" foram o início da crise que acabou com a gestão do autocrata.
Até a divulgação dos "kenjivideos", como estão sendo chamados os atuais, o placar da votação dava uma vantagem apertada, de apenas dois votos, em favor de que PPK permanecesse no cargo, ainda que com mais de 30 votos em aberto (entre indecisos e abstenções). As imagens de Kenji negociando dinheiro público em troca de apoio ao mandatário, porém, fizeram com que vários congressistas e líderes políticos mudassem de postura. Pela manhã, já se falava em 100 parlamentares aderindo à moção.
Segundo o jornal El Comercio, o próprio Gabinete Ministerial inteiro de Kuczynski pediu que ele deixasse o cargo. Eles também o advertiram que, caso não renunciasse, todos os membros do Conselho de Ministros apresentariam sua renúncia.
PPK em um primeiro momento se defendeu, tentando descolar sua imagem das ações de Kenji, que anseia ser candidato a presidente, caso sejam convocadas eleições. A primeira-ministra Mercedes Araóz declarou que "o governo não compra congressistas. Não há nenhum alto funcionário que possa fazer esse tipo de ofertas".
A sessão marcada para hoje seria a segunda em três meses em que PPK teria de entregar seu destino às mãos do Congresso. Em dezembro, por meio de uma barganha com Kenji, que incluía um indulto a seu pai, o ex-presidente Alberto Fujimori, então preso, PPK conseguiu os votos de que precisava para seguir no cargo.
A ação, porém, causou repúdio entre os partidos de centro-esquerda e de esquerda, que tiveram a iniciativa de reabrir, também por conta do que consideraram ser uma "traição política", o processo de moção de vacância por "incapacidade moral permanente", iniciado após as acusações sobre supostos privilégios e propinas relacionados ao escândalo de corrupção da Odebrecht, ocorridos na época em que PPK era ministro da gestão de Alejandro Toledo (2001-2006).
Com a decisão, o vice-presidente Martín Vizcarra deve assumir o cargo. Também embaixador no Canadá, Vizcarra vinha se mantendo longe dos holofotes e não deu declarações nos últimos dias. Porém, havia dito anteriormente que não aceitaria a presidência se Kuczynski sofresse impeachment.
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