Os partidos de direita contrários ao acordo de paz com as extintas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e de oposição ao presidente Juan Manuel Santos conquistaram a maior votação nas eleições legislativas de domingo. O grupo, porém, não terá a maioria nem na Câmara, nem no Senado.
Com 98% das urnas apuradas, o Centro Democrático, do ex-presidente Álvaro Uribe, havia conquistado 19 das 102 cadeiras no Senado e 32 das 166 vagas na Câmara. Somando-se o aliado Partido Conservador, o grupo terá a maior bancada na Câmara Alta, com 34 membros, e a segunda maior da Câmara Baixa, com 53, atrás da aliança formada pelo Partido Liberal, do ex-negociador-chefe do governo com as Farc Humberto de la Calle, e pelo Partido da Unidade Nacional, de Santos, que tem 60.
Sem maioria, os dois grupos poderão ter que fazer acordos com o ex-vice-presidente Germán Vargas Lleras, populista de direita apoiado pelo Mudança Radical, que conquistou 16 vagas no Senado e 30 na Câmara. Embora dificilmente possa reformar a maior parte do pacto, a vitória da direita gera incerteza na implementação da Justiça especial para crimes de ex-guerrilheiros.